Orçamento

Tinha manifestado em artigos anteriores que o Orçamento de Estado para 2020 em minha opinião era mais do mesmo, ou seja, mais impostos e menos investimento, menos serviços públicos e uma clara falta de visão para o futuro. Mas dado os acontecimentos recentes talvez possa estar enganado nesta minha apreciação. Digo isto pois António Costa veio argumentar que “este era o melhor dos cinco orçamentos que já tinha apresentado” e toda a oposição veio manifestar precisamente o contrário. Será que está desfasado da realidade?

Se não vejamos: como se explica que neste “brilhante” orçamento apenas o PS votou favoravelmente, tendo o PCP, BE e PAN preferido a abstenção, quando no ano passado, o orçamento para 2019, na óptica de Costa inferior a este, foi aprovado por todos os seus camaradas de esquerda. Resumindo: Costa considera o melhor, a restante esquerda considera pior e eu mantenho a minha – é mais do mesmo. Já sabíamos à partida que este orçamento iria passar, de forma que na geringonça ninguém ficasse mal na fotografia. Mas nota- -se a olhos vistos que a relação está a azedar. O teatro mantém-se como se a coisa estivesse ainda bem colada, mas o tom da encenação é bem mais áspero e as caras andam mais zangadas. Fazendo uma previsão para os futuros Orçamentos quase que antevejo o PS no final de 2020 de costas totalmente voltadas para os amigos à sua esquerda e a “pedir batatinhas” ao PSD o que me leva a fazer uma alusão ao programa os malucos do riso – “Ai, Costa, a vida Costa”.

Por Nuno Fazenda