Em maio de 1940, Churchill foi nomeado primeiro-ministro do Reino Unido à frente de um governo que incluía, não apenas membros do seu partido (Conservador) mas, também, do Partido Trabalhista. Era um tempo extraordinário! Eram tempos de “sangue, suor e lágrimas”, tempos que exigiam a unidade nacional. As lutas partidárias e o debate ideológico teriam, forçosamente, de passar para um plano secundário. Oitenta anos depois, vivemos de novo um tempo extraordinário! Não contra um exército armado, mas contra um inimigo invisível que se dissemina a uma velocidade estonteante, dizimando milhares de pessoas, sem olhar a credos, raças, status social ou ideologias. A COVID-19 não faz distinções!
Vivemos uma crise sem precedentes! A catástrofe que se abateu sobre o Mundo em geral e, sobre a Europa em particular, terá graves consequências num futuro imediato. A par das vítimas que este vírus está a causar teremos, certamente, o colapso das economias. E se as instituições europeias não estiverem ao nível do que lhes é exigido neste tempo extraordinário, se os políticos europeus não colocarem de lado os seus princípios ideológicos em detrimento de um bem maior, então a Europa da solidariedade entre os povos deixará de existir.
Em Portugal, regista-se uma sintonia na necessidade e da urgência em combater esta calamidade. Existiriam, por certo, diferenças no modo de atuação e nas medidas implementadas, mas quem governa é que tem por missão levar este navio a bom porto. Quem está na oposição, não prescindindo das suas ideias, deve colaborar e apresentar as propostas que julgue ser as melhores neste contexto. Tal como afirmou Rui Rio no debate do Estado de Emergência, “conte com a colaboração do PSD, porque a sua sorte é a nossa sorte.”
Que a sorte esteja connosco!
Por Humberto Neves