Frederico Neves sofreu na última temporada uma lesão grave e não joga desde 12 de janeiro, como é que está o Frederico?
Antes de mais queria agradecer o convite, é verdade que foi um período difícil para mim que ainda estou a tentar ultrapassar, mas sinto que noventa porcento do processo já foi feito, já estou a treinar mais, mais a parte da visão não tanto a parte física, pois tenho tempo, estou a treinar a parte da visão para conseguir voltar já em julho, vamos ver como é que vai correr.
E como é que tem decorrido a recuperação?
Até agora, tenho estado bem, tenho estado com o meu irmão, tem me ajudado muito, temos ido ali para a zona norte, dou lá umas patinadelas e faço uns pinos também.
Mas tem notado uma melhora significativa?
Melhora não, não se pode dizer melhorias, porque não se vai melhorar muito, mas já consigo ver bastante bem, com os dois olhos abertos, dantes tinha que fechar um olho para conseguir ver mais ou menos, mas agora não vejo a cem porcento, mas vejo muito bem já.
Mas chegou a temer, teres a possibilidade de perder a visibilidade, neste caso, numa das vistas?
Sim, sim claro. Primeiro diagnóstico foi muito mau para mim, disseram-me que ia ter sequelas gravíssimas, mas depois consegui recuperar, consegui recuperar muito, ninguém estava à espera e agora tem sido devagarinho, no dia a dia não sinto diferença nenhuma, tanto a estudar ou a ler, a ver televisão, estou normal, agora não sei como é que vai ser a minha adaptação ao hóquei patins.
E nesse caso do hóquei, vai ter que usar alguma proteção, já te falaram sobre isso?
Sim, sim, já comprei uns óculos, estar aí com um estilo diferente.
Nós sabemos que é um assunto que não gosta muito de falar, mas que momentos é que te marcaram mais neste período, em que tiveste sem poder competir?
Os momentos que marcaram mais, talvez, ver os meus pais e o meu irmão a chorar e a minha namorada. Claro que o hóquei me faz muita falta, mas é a minha vida, foi a minha vida desde sempre, sinto muita falta de ter que ir a um treino, de treinar, estar com os meus amigos, no clube não porque ia quase sempre aos treinos e aos jogos, mas sinto falta de, pronto, entrar dentro do campo, foi a minha vida desde sempre, não estou habituado a estar uma terça-feira, uma segunda-feira em casa a ver televisão.
Falamos agora mais da questão federativa, o que é que achaste de a federação adiar o início da temporada, a questão da manutenção?
Isso é um assunto muito sensível, cada um tem a sua opinião, eu também tenho a minha e a minha opinião, eu acho que não há condições para retomar o campeonato e fazer uma liguilha em setembro, penso que não seja a melhor opção.
Frederico, quando o campeonato foi interrompido ia para a vigésima jornada, a equipa do Hóquei Clube “Os Tigres” tinha menos quatro pontos que o primeiro acima da zona despromoção, achavas que era possível nessa altura ainda a manutenção?
Claro, era possível até, até ao final, nós íamos receber um adversário direto, íamos receber o Paço de Arcos em casa e estávamos a atravessar uma fase muito boa, estávamos a jogar muito bem e se ganhássemos ao Paço de Arcos ficávamos apenas a um ponto e eles ficavam mais para baixo e não esquecer que na última jornada íamos a Viana que estava nessa posição a cima.
André Luís vai continuar, como treinador na próxima temporada, é uma boa decisão tomada por ambas as partes na opinião, por exemplo, como tu que és jogador?
É uma excelente decisão, excelente decisão, gosto muito do nosso treinador.
É um técnico especial para vocês?
Sim, sim, é um amigo, mas com os seus limites, é uma pessoa cinco estrelas, dá tudo, dá o que tem e o que não tem pela equipa, acho que ele também teve durante a sua carreira foi sempre o líder e na nossa equipa é quase como um capitão também, para além de treinador é também um capitão.
Depois do Frederico ter feito grande parte da formação em Lisboa, no Benfica e no Sporting, no hóquei quais são os seus objetivos?
Os meus objetivos, ainda esta semana falei com o meu primo sobre isso e os meus objetivos, assim como qualquer jogador de hóquei é chegar o mais longe possível, claro chegar ao topo e enquanto não chegamos é ir aproveitar o desporto, ir aproveitar as amizades, ser feliz e depois da minha lesão dei muito valor a isso, se calhar antes estava obcecado, tinha que chegar ao topo, tinha que dar tudo sempre e talvez as coisas mais importantes sejam se calhar, divertir lá dentro porque de um dia para o outro pode acabar.