CONCURSO Os almeirinenses André Ip e João Freire têm 24 anos e atualmente participam na maior competição do mundo de gestão e empreendedorismo. Os jovens contaram a O Almeirinense como surgiu a oportunidade de participar no concurso, e as suas expectativas sobre o concurso.
Fale-me um pouco de si (nome, idade, percurso profissional e pessoal).
João Freire (J.F): Sou o João Freire e há cerca de dois meses, terminei o meu curso de mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores na FCT Nova. O meu percurso profissional iniciou-se na E-REDES, no final do passado, como estagiário. Nos meus tempos livres sempre pratiquei ciclismo, tendo sido atleta dos 20km de Almeirim, o que me permitiu obter um grande espírito competitivo e muita disciplina.
André Ip (A.I): Eu sou o André Ip e há poucos meses concluí a minha formação no Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, que me permitiu ter a oportunidade de ingressar numa das empresas portuguesas que mais admiro, a E-REDES, antiga EDP Distribuição. Estando no início da minha carreira profissional, procuro sempre descobrir diferentes interesses em diversas áreas. Esse foi um dos motivos que me levou a aceitar a participação no GMC.
Até ao secundário, estudei em Almeirim onde fui formado por excelentes professores, tanto a nível profissional como a nível pessoal. Tive como atividades extracurriculares o andebol, onde fiz muitas amizades e obtive um enorme espírito competitivo e crítico. Este percurso só foi possível com o apoio constante da minha família, mais especificamente, a minha mãe, irmã e avó.
No que consiste o concurso da Global Management Challenge (GMC)?
J.F e A.I: O GMC é um concurso que foi criado em Portugal, em 1980. Atualmente, é um referência a nível mundial, uma vez que é considerada a maior Competição Internacional de Estratégia e Gestão do mundo, e conta com a participação de concorrentes de mais de 30 países. Baseia-se numa simulação interativa onde se pretende obter os melhores resultados para a empresa que estamos a gerir. É composto por duas fases e uma final a nível nacional, onde todas as equipas são divididas em grupos. Cada uma das fases consiste em cinco decisões semanais de gestão, onde, no final, a empresa com melhor desempenho é a vencedora do grupo, avançando para a próxima fase.
Como surgiu a oportunidade de participarem naquela que é considerada a maior competição do mundo de gestão e empreendedorismo?
J.F: Surgiu um convite por parte da EDP para formar uma equipa para participar no concurso. Depois, convidei o André e mais dois colegas e formamos uma das equipas da EDP no GMC.
A.I: A oportunidade surgiu através de um convite da EDP e, posteriormente, pelo convite do João para formar a equipa.
O que sentiram ao descobrir que ganharam a fase de treinos do concurso?
J.F: Apesar de ser apenas a fase de treino, ganhar é sempre importante. O mais importante para esta fase era a aprendizagem e como utilizar o simulador e aplicar algumas ideias de gestão, e verificar se iriam ter bons resultados.
A.I: Entrar num concurso de dimensão mundial e obter um bom resultado na fase de treino, é sempre uma sensação especial, no entanto, é uma fase de aquisição de conhecimentos. Esta deu-nos a oportunidade de testar estratégias e adquirir fundamentos essenciais para vencer na próxima fase.
Quais as dificuldades que sentiram nessa fase?
J.F: A fase de treino foi complicada: nenhum dos elementos da nossa equipa conhecia a competição. Foi necessário um esforço adicional inicial na leitura das regras e do manual para conseguirmos entrar fortes na 1ª fase.
A.I: A principal dificuldade foi adquirir o conhecimento e perceber o funcionamento da empresa num curto espaço de tempo. Tivemos de planear o nosso pensamento para responder a todas as vertentes que constituem uma empresa, e como a elevar nesta competição.
A primeira fase do concurso começou no dia 18 de maio e tem a duração de um mês. Como tem sido a experiência na 1ª fase, até agora?
J.F e A.I: Neste momento, estamos a preparar a terceira decisão até dia 1 de junho, para a primeira fase da competição. Começámos esta 1ª fase com ideias e estratégias mais bem definidas devido a tudo o que aprendemos na fase anterior.
Estamos, neste momento, a consolidar a empresa e com boas perspetivas de crescimento.
Estão à espera de encontrar mais obstáculos do que tiveram na fase de treinos?
J.F: Sim, neste momento, a pressão é maior, existem equipas com muitos anos de experiência, estamos no grupo 10, constituído por seis equipas. Tem sido mais intenso e os pormenores estão a fazer diferença nesta altura. Como só o primeiro do grupo é apurado para a 2ª fase, não podem existir erros.
A.I: Sim, nesta fase existem equipas que já participaram na competição em anos anteriores e conhecem bem os detalhes, fundamentos e interligações entre os diversos departamentos da empresa, assim como a relação das cinco fases de decisão. Estes fatores podem-nos causar dificuldades, o que nos pode levar à mudança de estratégia entre as decisões.
Quais as vossas expectativas e desejos, relativamente ao concurso e às suas diferentes fases?
J.F: Acho que ninguém gosta de perder e nós também não. Além disso, existem muitas empresas importantes presentes e permitem realizar um bom Networking. Esta competição, sendo fora da nossa área de formação, permite-nos desenvolver novas competências. Relativamente à competição, acho que temos boas oportunidades de passar para a 2ª fase e, neste momento, estamos no bom caminho.
A.I: A primeira expectativa é obter um bom conhecimento de como gerir uma empresa e trazer um lado de engenheiro para a resolução de problemas financeiros e de gestão. Nós temos a perceção de que a competição é mundialmente reconhecida e um desafio de grau elevado. No entanto, o nosso principal objetivo é a passagem à 2ªfase.
Entrevista de Mariana Cortez