A festa dos toiros tem mais de 300 mil espectadores, anualmente, nas praças de toiros. Quando as corridas de toiros passam na televisão, alcançam mais de 600 mil espectadores e os canais lideram as audiências a nível nacional às horas da mesma.
A Monumental Celestino Graça, em Santarém, que tinha dois excelentes cartéis para os dias 10 e 12 de junho, com 10.500 bilhetes vendidos, viu-se obrigada, na pessoa da Associação Praça Maior, que fazia o papel de empresário da Praça, a adiar as mesmas.
Tal deveu-se à “imposição de que todos os espectadores fossem obrigatoriamente testados nas 24 horas antes de cada espetáculo, e apresentassem teste negativo à Covid-19 para poderem entrar nos mesmos” e que “a Associação Praça Maior seria “responsável pela verificação da existência destes resultados conformes, devendo interditar a entrada a cidadãos que não cumpram o disposto na presente determinação”, segundo a empresa divulgou num comunicado.
“Esta mudança, pela discriminação que encerra (…)“
Tal é, para além de uma óbvia mudança das regras à posteriori, uma discriminação face a outros espetáculos (até em espaços fechados, que não é o caso de uma corrida de toiros) que não obrigam à realização de um teste à Covid e é um caos verificar nas entradas que todas as pessoas têm teste negativo e bilhete válido. Sem falar no tempo que demoraria.
Esta mudança, pela discriminação que encerra e pela forma como foi anunciada, soa a “ditadura do gosto” das autoridades responsáveis. Será que a sociedade que queremos deve ter o direito de decidir pelos cidadãos? Queremos que um qualquer iluminado nos diga o que devemos ver, ler, falar ou gostar? Ditadura nunca mais!
João Lopes
PSD Almeirim
Artigo de opinião publicado na edição impressa de 15 de junho