A Associação 20 km de Almeirim sagrou-se Campeã Regional de Sub-18 frente ao Racket Sports Club Leiria. Pedro Valverde é um dos rostos deste sucesso e ao Almeirinense falou do título e dos desafios da modalidade
O desfecho que deu uma vitória no último fim-de-semana, esperava que acontecesse?
Antes de mais, quero agradecer pelo convite para estar aqui a representar a equipa dos sub-18, neste caso, da secção de ténis de Almeirim. Claro que esperávamos, temos estado a trabalhar com este objetivo em mente há um mês e meio para cá, sabíamos que ia ser um encontro difícil. A Academia do Racket Sports Club Leiria é uma equipa bastante forte, com uma boa formação e com bons técnicos, mas há umas semanas atrás tínhamos jogado contra eles também em seniores e também tínhamos ganho, ou seja, sabíamos que conseguíamos ganhar. Precisávamos só de fazer o nosso ténis e jogar o nosso melhor. Felizmente foi isso que aconteceu.
Como foi o campeonato até chegar aqui? Houve ali alguns altos e baixos?
Sim, o ano passado fomos vice-campeões, mas, na altura, havia uma equipa que era do segundo escalão, que era a academia das Caldas, este ano a academia das Caldas era já sénior, ou seja, nós, este ano, sabíamos que os nossos principais rivais, neste caso, a nossa principal concorrência ia ser a academia de Leiria. De qualquer forma, nesta final tivemos um ou dois jogos um bocadinho mais murchos, mas fomos sempre favoritos.
Os resultados têm sido positivos quase nos escalões todos. Pode fazer um resumo do que tem sido até agora?
Sim, é verdade. E alongando um bocadinho mais nessa pergunta, até diria que isto acaba por ver os frutos de um trabalho, de um culminar de dez anos de trabalho, portanto, pela parte da estrutura do presidente Miguel Dias, Paulo Marques, do professor Féria, do professor José Rodrigues, que é um dos grandes, senão o maior interveniente nesta ação toda, e a verdade é que temos tido vários títulos a nível individual, a pares, a equipas, tanto nos treinos como em escalões jovens como os sub18, este ano também tivemos uma equipa de sub16 e os seniores este ano foi o culminar desse trabalho todo.
Ainda pode acontecer mais algum título em veteranos?
É verdade, os veteranos masculinos ainda estão na luta pelo título.
Qual é o papel do professor José Rodrigues, já que fala nele como um dos principais pilares?
Respondendo pessoalmente a essa questão, o professor José acompanha-me desde pequeno: eu comecei a jogar ténis com, sensivelmente, seis anos de idade mas a verdade é que o professor José acompanhou-me desde pequenino e, de certa forma, foi mesmo um segundo pai para mim porque ajudou na minha formação, tanto a nível pessoal como a nível tenístico e a verdade é que, às vezes, as pessoas não dão o devido valor, mas é reconhecido a nível regional e até nacional como sendo um excelente profissional e uma excelente pessoa.
E isto tudo junto pode levar a que a equipa da Associação 20kms de Almeirim possa vir a ser eleita a equipa do ano.
É verdade, não queremos ganhar expectativas porque, lá está, isto é um título que é atribuído pela Atlei, pela associação de ténis de Leiria e de Santarém, mas a verdade é que continua a ser um bichinho nosso – nunca ganhámos esse título e começamos a sentir que, se calhar, está na hora e os resultados este ano levam-nos a acreditar que possa ser esse o resultado.
Falou há pouco também do seu crescimento no ténis. De onde é que vem esse bichinho?
Bem, é curioso que eu desde pequenino fiz natação, mas depois, na altura, a natação não me estava a satisfazer de forma completa, então, aos seis anos, decidi ingressar no ténis, na altura em Alpiarça, com o meu irmão. A partir daí tive durante um mês um professor que eu já não me lembro do nome dele, que foi só temporariamente, mas só que passado esse mês comecei logo com o professor Zé e desde aí que começou logo uma grande relação de companheirismo e o meu irmão também fez a sua formação toda no ténis, agora já não joga tanto, mas desde aí que o ténis não saiu da minha vida.
Sentiu logo aos seis anos que podia ser o ténis o desporto que iria querer hoje que estivesse ao teu lado?
Sim. Logo aos seis anos eu senti que, finalmente, tinha arranjado o desporto que queria e a paixão viu-se logo desde pequenino e estou muito feliz com a escolha que fiz na altura.
Gostaria de fazer duas questões: Primeiro, onde é que podem chegar agora, visto que as provas nacionais vão ser o patamar seguinte, e até mesmo consigo, onde é que espera chegar no ténis?
Respondendo à primeira pergunta: agora, uma vez que acabou esta parte dos regionais de equipas, temos o nacional de equipas em junho.
A nível pessoal, para o ano eu vou para a universidade, ou seja, vai haver aqui uma mudança drástica, mas o ténis vai continuar a fazer parte da minha vida de uma forma ou de outra, mais ou menos presente, mas a minha intenção é continuar a treinar sempre que puder e continuar a fazer parte desta estrutura e deste clube que durante tantos anos me puxou e agarrou.
Há sempre um ídolo no desporto, no ténis qual é o teu ídolo?
Sim. é verdade. Claro que, pensando em ídolos, podemos falar logo dos clássicos, o Roger Federer, Rafael Nadal, são jogadores que nos associam logo à mente quando pensamos em ídolos de ténis, mas eu não diria que tenho propriamente uma pessoa que sempre vi. Gostei sempre de ver ténis e de acompanhar muitos jogadores.
Vou lançar um desafio: na parte final desta entrevista, que mensagem envia…
Primeiramente, agradecer pelo convite e parabenizar o Almeirinense por esta iniciativa e pelo projeto que têm vindo a realizar aqui no Mais Desporto e todas as outras iniciativas. Segundamente, prestar o meu agradecimento público aos meus colegas de treino e aos meus colegas de equipa, Sebastião Nobre, José Miguel Rodrigues, André Martins e também aproveitar para dizer que nos seniores também tivemos um resultado. E finalmente, agradecer à estrutura, já tive oportunidade de agradecer privadamente e publicamente ao professor Zé, mas agradecer à estrutura toda porque digo de forma afirmativa quando digo que o trabalho que temos vindo a realizar aqui no clube de ténis de Almeirim é especial, falo por experiência própria que não é em todos os clubes que se vê esta atitude e este dinamismo, este espírito de equipa. Isso nota-se pelos resultados e pela forma como temos recebido outros jogadores de outras cidades, como Santarém, Torres Novas e assim. Finalmente, fazer um apelo à comunidade almeirinense para que venha experimentar o ténis. Tragam os vossos filhos e os vossos pais. Venham ver os jogos porque o ténis como já disse, é um desporto muito complexo e muito exigente, tanto a nível físico como mental. E acaba por ser um bom desporto para a formação, tanto a nível desportivo como a nível pessoal, como foi o meu caso. Desta forma, deixo o vosso convite para nos virem visitar.