Foi novamente anunciado (pela 5ª vez desde 2000) a construção da linha de Alta Velocidade entre Lisboa e Porto. O investimento na ferrovia é fundamental, para garantir uma mobilidade que reduza a nossa pegada carbónica e aumente a eficiência e independência energéticas.
A construção da nova linha poderá ser importante para ligar Lisboa ao Norte, passando por Leiria, mas é inegável que ela acentuará a litoralização da rede ferroviária, se determinar a desclassificação da Linha do Norte com a eliminação de ligações rápidas desde Santarém ou Entroncamento, relegando-a apenas para o transporte de mercadorias e regional de passageiros.
Esta opção não é uma inevitabilidade, mas sim uma opção política, que terá um impacto brutalmente gravoso no distrito de Santarém, e, também, nos de Portalegre e Castelo Branco. Transbordos e serviços regionais não são alternativas viáveis para viagens de longo curso, voltando a empurrar muitos passageiros para o automóvel, num momento onde os desafios colocados pela crise climática e energética têm de promover e estimular o uso do transporte ferroviário.
A CDU apresentou uma Moção na última Assembleia Municipal, que foi aprovada por unanimidade, exigindo ao Governo a manutenção de serviços rápidos na Linha do Norte, servindo as estações de Santarém e Entroncamento, em nome do direito a uma mobilidade rápida, confortável e segura, da sustentabilidade ambiental e climática, da justiça social e do desenvolvimento territorial equilibrado.
Sónia Colaço – CDU Almeirim