No Dia Mundial do Solo, o consórcio do projeto ‘TomAC- Produção Sustentável de Tomate para Indústria através da Aplicação dos Princípios da Agricultura de Conservação’ revelou resultados preliminares encorajadores sobre a viabilidade da aplicação das técnicas de Agricultura de Conservação à cultura do tomate, com benefícios para a saúde e a conservação do solo.
O atual sistema de produção de tomate para indústria é praticado em regime de monocultura e com mobilização intensa do solo, originando problemas ao nível da qualidade do solo e da gestão de infestantes, pragas e doenças. O objetivo do ‘TomAC’ é identificar e testar boas práticas agrícolas que promovam a melhoria da estrutura e da fertilidade do solo e que otimizem o desempenho agronómico, económico e ambiental da cultura do tomate para indústria.
O consórcio do ‘TomAC’ é composto pelo Ag-Innov- Centro de Excelência do Grupo Sugal, produtor e transformador de tomate, a Syngenta, o MED-UÉvora (Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento da Universidade de Évora) e a Aposolo (Associação Portuguesa de Mobilização de Conservação do Solo). O projeto é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pela Syngenta.
O ensaio decorre, desde 2021, numa parcela de 14 hectares, na Lezíria de Vila Franca de Xira, comparando o sistema convencional de produção de tomate, com um sistema inovador que aplica os três princípios da Agricultura de Conservação: mínimo distúrbio do solo (plantação do tomate em faixa de solo mobilizada na linha, com 15 cm); cobertura permanente do solo com plantas ou resíduos vegetais (durante o Outono-Inverno o solo é revestido por uma mistura de espécies gramíneas e leguminosas, benéficas para a saúde e a fertilidade do solo, e evitando a lixiviação de nutrientes); e rotação de culturas (rotação bienal entre tomate e girassol).
“Neste primeiro ano, o tomate produzido com mobilização na linha teve um desempenho semelhante ao tomate em modo convencional com mobilização de toda a extensão de solo, perspetivando-se que a mobilização na linha traga benefícios ao nível da produção de tomate e da qualidade do solo no futuro”, revela Ricardo Vieira Santos, investigador do MED-Évora.
A aplicação da Agricultura de Conservação às culturas transplantadas é um conceito recente e a expectativa deste projeto pioneiro é demonstrar a viabilidade destas técnicas na cultura do tomate e os seus benefícios em poupança de água e energia, aumento da fertilidade do solo, melhoria da biodiversidade e incremento do sequestro de carbono.
O ‘TomAC’ tem a duração de quatro anos. A Syngenta, como empresa baseada na ciência, impulsiona inovação e desenvolve tecnologias que ajudam os agricultores em todo o mundo a adotar práticas regenerativas que podem contribuir para a melhoria da rentabilidade das culturas, para a transformação do sistema alimentar mundial e a neutralidade carbónica da agricultura.