Num universo de 22 mil habitantes, mais de 8 mil estão sem médico de família no concelho de Almeirim, havendo apenas seis médicos a exercer funções na USF Cortes de Almeirim, sendo um a prestação de serviços. Neste serviço falta um clínico.
Segundo apurou O Almeirinense, a situação tem vindo a agravar-se com a aposentação de dois médicos da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (USCP), levando mesmo a esperas de várias horas ao longo da madrugada para conseguir uma consulta do dia, para tratar de baixas médicas ou até doença aguda.
Este problema levou os deputados do PSD, eleitos pelo círculo eleitoral de Santarém, a reunir, na passada segunda-feira, 30 de janeiro, com os responsáveis do Centro de Saúde de Almeirim e ACES Lezíria, onde constataram que o concelho de Almeirim não teve direito a abertura de vagas no último concurso público e necessita de um total de cinco médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar.
A Raposa é a freguesia do concelho que tem sentido mais a falta de médicos, que desde a saída dos médicos do Centro de Saúde da cidade, não tem médico na sua extensão de saúde.
Segundo Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Almeirim, a partir deste mês vai voltar a ter médico e enfermeiro com regularidade,
“Fruto de várias reuniões e conversas com os responsáveis da saúde local e regional a extensão de saúde da Raposa volta em fevereiro a ter médico e enfermeiro com regularidade. Com a saída de alguns médicos da UCSP (Centro de Saúde) em 2022 esta extensão perdeu o médico. Nas últimas semanas, a Câmara e a Junta da Raposa têm tentado encontrar uma solução. O possível por agora é enfermeiro todas as semanas e medico semana sim, semana não”, refere o responsável.
A junta e a autarquia tem garantido o transporte dos profissionais de saúde para a freguesia e continuará a fazê-lo.
Pedro Ribeiro assinala ainda que a solução para este problema “passa por mais médicos e por uma nova USF”, assegurando que tem “estado a trabalhar nisso há anos” e que agora já começa a “a ver a luz ao fundo do túnel”.
Recentemente, no universo do ACES Lezíria, onde está integrado o Centro de Saúde de Almeirim, apenas foram abertas duas vagas, para Salvaterra de Magos e Cartaxo, que acabaram mesmo por não ser preenchidas.
A falta de assistentes técnicos é outro problema que tem vindo a ser sentido na área do ACES Lezíria, onde a carência é de 35 por cento. O concurso público para estas vagas foi aberto há ano e meio e ainda está a decorrer.
Os deputados vão agora questionar o ministro da saúde no parlamento, para que o governo solucione o problema da falta destes profissionais no concelho de Almeirim e restante região.