Há dois grandes motivos para o adiamento do Carnaval de Benfica para 2024: “As principais razões são a falta de instalações para a construção dos carros, e também a falta de apoios”, sintetiza Madalena Batista.
As instalações que eram utilizadas pela ARAG, para construir e guardar os materiais durante todo o ano, foram vendidas e “uma série de condicionantes fizeram com que não houvesse ninguém, com força de vontade, para que o carnaval se realiza-se”, adianta ainda a vice-presidente da Associação que organizava o Carnaval.
Ao Jornal O ALMEIRINENSE, Madalena assume que por estes dias há “muita tristeza porque o carnaval de Benfica já contava com cerca de 20 carros, já era bastante conhecido a nível regional”, adiantando que “o que nos dava gosto era no domingo e na terça-feira ver a nossa freguesia inundada de pessoas.”
Antes da paragem forçada devido à Covid, em 2023 existia a expetativa de um regresso em grande. No entanto a ideia saiu gorada: “Dói a quem sempre lutou para que o Carnaval pudesse sair à rua e rapidamente acabar tudo. A falta de apoios é notória porque somos à única associação da freguesia que não tem uma sede, não temos sítio para guardar os nossos reboques, nem materiais que aproveitamos de uns anos para os outros”.
Madalena diz ainda que “tentámos junto da Câmara Municipal de Almeirim e da Junta de Freguesia de Benfica, que nos ajudassem de alguma forma com as instalações, porque já prevíamos que isto fosse acontecer, mas foi em vão”.
“O carnaval realizava-se porque existia um grupo muito pequenino de pessoas que se dedicavam durante três meses a trabalharem por gosto ao carnaval”, refere.
Quanto ao futuro, Madalena Batista é clara: “Eu queria acreditar que o Carnaval pode regressar para o ano, mas sem instalações vai ser muito difícil, a não ser que cada grupo construa o seu próprio carro, nas suas próprias instalações, o que faz com que tudo fique muito mais dispendioso”.
“A ARAG é uma associação sem fins lucrativos e não tem possibilidades de construir/comprar um espaço”, conclui.