Após quatro anos de ausência devido à Covid-19, o FIFCA está de volta e há várias mudanças. Ricardo Casebre anuncia que festival passa de 7/8 dias para cinco com programação mais compacta.
Como está a correr a preparação do FIFCA 2023?
A preparação está a decorrer dentro da normalidade possível numa altura pós-Covid e em plena crise inflacionista que percorre todo o mundo, o que levou algumas comitivas a terem muitas dificuldades na obtenção de apoio para viajar.
Reconhece que há muita expectativa para o regresso depois da paragem por causa da Covid?
Sim, existe alguma expectativa em relação a esta edição por parte do público que vai perguntando aos elementos da organização como está, que países vêm, etc. Mas da nossa parte, a espectativa é alta, muito alta, mas não deixa de ser igual à das anteriores edições. Quando fazemos a preparação a nossa expectativa é sempre elevada porque os grupos convidados são sempre de grande qualidade.
Para quem não conhece o evento, como o descreve ou como o apresenta?
O Festival Internacional Folclore Cultura e Arte (FIFCA) é muito mais que um festival de folclore, é um encontro de artes e culturas, que se realiza em simultâneo em 4/5 municípios parceiros que colaboram na organização local do FIFCA. É assim uma oportunidade única de dar a conhecer as tradições culturais de outros países, às suas populações de uma forma muito particular. Este evento tem a particularidade de ter um compromisso social com as pessoas destes municípios, levando estas tradições culturais àqueles que não têm a oportunidade de assistir a estes eventos, ao vivo. Por isso, saímos do palco e visitamos, os Lares, Centros de dia, Creches e Escolas, e outras instituições dando um pouco de alegria a todos aqueles que habitualmente, não têm capacidade para nos visitar durante a programação do evento.
Teremos novidades em relação à última edição?
Sim, vamos ter novidades, mas a seu tempo serão reveladas.
Quais os países que estarão representados?
À data desta entrevista com tudo feito, vistos e passagens aéreas compradas, temos confirmados 4 países, Bulgária, Paraguai, Timor e Ucrânia. Mas até ao final de março teremos as restantes comitivas com tudo tratado e confirmado.
Está a ser fácil a retoma?
Ao início foi mais difícil voltar a fazer arrancar a máquina, que por estar tanto tempo parada (quatro anos), precisava de ser lubrificada, mas agora já está em velocidade de cruzeiro.
Quais as maiores dificuldades?
Normalmente, a maior dificuldade é a expectativa com a participação das comitivas, pois mesmo com um pré contrato de participação, não impede que, por algum motivo, existam comitivas que não conseguem participar por falta de obtenção de vistos nas embaixadas. Isso coloca-nos sempre numa situação de incertezas até à chegada de todas as comitivas previstas. Por cá a logística dos grupos é sempre complicada, onde dormem, onde comem, como se deslocam, mas tudo isso desaparece assim que se dá o pontapé de saída. Também com o retomar do FIFCA após tão grande paragem, reduzimos os dias de oito para cinco, o que nos complica a compactação da programação do Festival, tendo sido manifestado pelos Municípios parceiros, que o modelo de sete/oito dias será nas próximas, o modelo preferencial. Nesta edição passamos a ter uma maior responsabilidade, com o início da Certificação pelo CIOFF Portugal do FIFCA, com a verificação que todas as estruturas do FIFCA, que vão desde o transporte, palcos, alimentação e tipo de alojamentos, têm que ter uma garantia de qualidade para as comitivas que nos visitam. E com o FIFCA a ser realizado anualmente, se a exigência já era elevada, agora essa responsabilidade duplicou com o caderno de encargos de uma certificação CIOFF.
Quantas pessoas estarão envolvidas na organização do evento?
São várias pessoas dos concelhos de Almeirim, Alpiarça, Benavente e Coruche, números exatos não é fácil indicar, mas serão mais de 100 voluntários no total.
E quantas vão participar?
Estimamos que nos vários municípios parceiros nos seus eventos locais, participem mais de 600 intervenientes, durante os cinco dias deste evento, numa versão mais curta este ano.
O FIFCA é muito mais que o festival de folclore ou dança. Porquê?
Porque é um festival organizado totalmente por voluntários de diferentes áreas profissionais que apostam em levar junto dos mais idosos e dos mais novos as culturas de outros países, com visitas a lares e escolas, além disso, com várias galas que permitem aos nossos cidadãos terem conhecimento e até convívio com grupos de vários pontos do mundo.
Para além disso, tem um Festival de Arte Urbana “Route 118” a decorrer em alguns dos Municípios parceiros, onde estão a ser preparados murais sobre várias temáticas para serem pintados durante os dias do FIFCA. Sendo uma estrutura totalmente amadora, organiza um evento com um grande grau de profissionalismo.
Tal como no passado, o evento é da região?
O evento está centralizado em Almeirim, mas sim é da região, Almeirim recebe as Galas de abertura e encerramento, mas também existem “Galas das Nações” em Alpiarça, Benavente e Coruche. Está a ser proposto por alguns dos Municípios Parceiros a descentralização das Galas de Abertura e Encerramento, agora que o FIFCA passa a ser um evento anual.
Pode desvendar um pouco dos eventos que estão agendados para o festival?
A programação desta edição ainda não está fechada, mas a programação base, essa, já está definida conforme anteriormente respondido. Destacamos o FIFCA (em Coruche) que vai realizar-se em simultâneo com o Festival Internacional de Balonismo de Coruche, que eleva a qualidade local de ambos os eventos. Bem como, nos diversos municípios parceiros, que elevam as comemorações do 25 de abril, com eventos FIFCA. No Município de Almeirim, destacamos a (GALA DAS NAÇÕES / Abertura) no Cine Teatro de Almeirim a 21 de Abril. E um grande encerramento no dia 25 de Abril na ARENA D’Almeirim, com a parceria fundamental da SCMA, nosso parceiro desde a primeira edição do FIFCA, em 2008. Um desfile do Jardim dos Charquinhos até à ARENA de Almeirim. A anteceder a (GALA DAS NAÇÕES/ Encerramento). Além disso vamos ter vários apontamentos nas freguesias, em especial uma GALA DAS NAÇÕES / Quinzena da Enguia de Benfica do Ribatejo no dia 24 de Abril na Associação em Benfica do Ribatejo. Vão decorrer alguns eventos (After Party) para os grupos conviverem entre eles, workshops em escolas e lares, isso não faz parte do programa geral.