A Arena D’Almeirim vai engalar-se para a grande corrida do próximo dia 2 de abril com seis cavaleiros, concurso de ganadarias, forcados de Santarém e Coruche e a passagem de Mara Pimenta a cavaleira profissional.
O Jornal O ALMEIRINENSE assistiu a um treino de Mara Pimenta na Arena D’Almeirim, passou ainda uma tarde na casa da jovem cavaleira e conversámos do passado e da importância da corrida de dia 2.
“Comecei a ter aulas de equitação em Santarém, no Pedro Neves. Depois surgiu a oportunidade de ter aulas em casa do Mestre Luís Rouxinol durante quatro/cinco anos. Estreei-me com 16 anos, ainda em casa do Luís, e a partir daí começaram a surgir novas oportunidades, como ir para a casa do Mestre Ventura”, começa por descrever o início da carreira.
Mara Pimenta passou também seis anos em Espanha e, ao nosso jornal, destaca a importância da aprendizagem com Rouxinol e Ventura: “ Eu tive a grande sorte de ter dois grandes mestres no mundo da tauromaquia, claro que sempre seguindo tudo o que aprendi, porque todos os dias temos algo novo para aprender. Eu ainda sou muito nova, acho que continuo a aprender todos os dias e ainda tenho muito mais para crescer e aprender. Mas sou muito fiel ao que sinto dentro da praça. Não sigo nem tento imitar qualquer toureiro, não procuro imitar ou parecer outra pessoa por admiração. Faço o que sinto, o que me vai na alma.”
Mesmo não tendo tradição familiar na tauromaquia, Mara conta que “sempre me fascinei com cavalos e touros. Desde os meus dois anos que ando a cavalo. E vibrava com corridas na televisão. Acho que nasce connosco e, no meu caso, nasceu comigo.”
A jovem almeirinense revela também que o pai foi dos maiores entusiastas desta carreira: “O meu pai sempre foi muito exigente comigo. Sempre me pediu mais e mais e ensinou-me que o nosso maior objetivo não é ser melhor que os outros, mas superarmo-nos a nós próprios. E, ao longo da minha vida, tem sempre sido esse o meu objetivo, superar-me a mim mesma todos os dias.”
Sobre o momento único que vai ser vivido em Almeirim, Mara Pimenta é taxativa quanto ao local da alternativa: “Para mim, nem podia ser outra praça. A Praça na minha Terra. Já toureei aqui uma vez e, para mim, foi incrível sentir o calor e o carinho do público aqui na minha terra. A minha escolha sempre foi em Almeirim e na capital. Mas acho mais bonito tirar a alternativa aqui, na minha terra, com as pessoas daqui, com a minha gente e se calhar um dia, mais tarde, confirmar na capital. Mas tem um sabor especial tourear em casa.”
Antecipando já uma tarde de muita emoção, a cavaleira está ansiosa. “Espero não chorar, mas vai ser um sentimento inexplicável. Eu faço o que amo há anos. Mas este dia já está por concretizar desde 5 de abril de 2020, infelizmente por causa da Covid-19 não foi possível. Mas penso que tudo acontece por um motivo. Vem agora o dia 2 de abril de 2023 e espero que seja uma tarde muito bonita com um grande ambiente na minha terra e que tudo corra bem.”
Sobre os cavaleiros com quem vai alternar (Luís Rouxinol, Ana Batista, João Moura Jr, Marcos Bastinhas e Francisco Palha), Mara destaca a qualidade de todos. “Penso que tenho um cartel muito bem arrematado com muita categoria. Acho que vai encher a praça, não só por ser a minha alternativa, mas por ser um cartel chamativo e cativante.”
Para fecho de conversa, um apelo: “Eu gostava muito que viessem essa tarde, que desfrutassem tanto como eu dessa tarde, da minha alternativa, que possamos encher a praça e mostremos a nossa afición, não por ser só a minha alternativa, mas também por mostrar o amor que temos à nossa festa e que a nossa afición seja demonstrada mais uma vez.”