O jogo do passado sábado, 24 de fevereiro, entre o Louriceirense e Futalmeirim, que a equipa de Almeirim venceu por 6-8, terminou da pior forma, com um jogador da equipa almeirinense a sofrer ferimentos após ser agredido com um garrafa junto ao recinto desportivo da Louriceira, concelho de Alcanena.
Em comunicado, o clube de Almeirim relata que um dos seus atletas, quando se preparava para sair da envolvente do pavilhão no seu carro, viu-lhe ser barrada a saída e foi “brutalmente e covardemente agredido por um colega da equipa adversária, que lhe partiu uma garrafa de cerveja na cabeça e riscando o carro do nosso outro jogador”.
Ainda segundo a direção do Futalmeirim, após ter perpetuado a agressão, o agressor colocou-se em fuga antes da chegada das autoridades ao local.
O jogador almeirinense ferido acabou por ser socorrido pelo INEM no local e de seguida transportado para o Hospital para receber o devido tratamento. Após a chegada das autoridades, os ânimos acalmaram.
O clube almeirinense garante que irá até às últimas consequências, quer judiciais, quer desportivas, para que os “responsáveis diretos e indiretos por estes acontecimentos sejam penalizados de forma justa e para que os nossos atletas, possam ser ressarcidos dos danos físicos e materiais a que foram sujeitos”.
Leia abaixo o comunicado na integra:
“Não fossem os acontecimentos após o término do jogo de ontem, e poderíamos afirmar que se assistiu a um enorme encontro de Futsal distrital no Pavilhão da Louriceira, ontem.
Esta época, a nossa equipa já defrontou por 3 vezes o Louriceirense, e se na primeira vez perdemos justamente por 4-2 em nossa casa, da segunda vez, vencemos com inteira justiça na eliminatória para passagem às meias finais da taça distrital por 5-6 e ontem voltámos a vencer por 6-8 no pavilhão da Louriceira, após encontro eletrizante.
Compreendemos a frustração de uma equipa que após ter sido eliminada por nós na taça, tivesse as legítimas aspirações a uma “vingança” desportiva, tentando ganhar o jogo de ontem, mesmo com algumas manifestações não muito desportivas vindas da bancada, antes e durante o encontro e que a equipa de arbitragem, nada fez para que fossem diminuídas.
Adeptos da equipa da casa que destroem as suas próprias infraestruturas apenas e só para festejar os sucessivos golos que a sua equipa ia marcando, não nos parece a forma mais saudável de festejar os êxitos da sua equipa.
Mas regressando ao jogo em si, foi de facto uma demonstração do que o Futsal nos pode oferecer em termos de imprevisibilidade no resultado e quando tudo parecia encaminhar-se para uma vitória por números largos da equipa da casa, de repente, e ainda na primeira parte, passámos de uma desvantagem de 4-0 para um empate a 4 ainda antes do intervalo.
Na segunda parte, a equipa da casa voltou a estar em vantagem mais duas vezes, por 5-4 e por 6-5, mas um final mais forte e de enorme qualidade da nossa equipa, virou o resultado para 6-8 a nosso favor, com inteira justiça.
Um jogo de homens, com muito contacto, como muitos outros, com as picardias habituais entre jogadores, mas que no final do jogo, por norma, ficam dentro do campo e qualquer das equipas que podia ter ganho o jogo de ontem, tê-lo-ia merecido com justiça.
E por aqui teria ficado a crónica deste encontro, como um exemplo do que o Futsal nos pode oferecer.
Infelizmente, não foi assim, e começamos por destacar a inexperiência e falta de autoridade que a equipa de arbitragem demonstrou, ao recolher para os seus balneários sem assegurar que as equipas saíssem da quadra com segurança.
No entanto, o nosso treinador Paulo Antunes, que não anda nisto há 2 dias, prevendo que pudessem ocorrer situações indesejáveis na recolha aos balneários, fez com que os seus jogadores permanecessem dentro da quadra em alongamentos de recuperação, até que elementos da equipa adversária que os esperavam à entrada dos balneários, saíssem dali.
Após o duche de água fria que queremos crer ter sido por falta de gás apenas no nosso balneário, a Presidente tentou utilizar uma mesa do café da coletividade para que pudéssemos comer as nossas sandes, tal como no passado foi sendo prática, mas foi convidada a sair pelo treinador da própria equipa da casa.
Percebendo que a derrota não tinha sido ainda bem assimilada pela equipa adversária, o nosso treinador mais uma vez, fez com que a nossa equipa saísse pela rampa de acesso lateral ao pavilhão, evitando assim que houvesse cruzamento de pessoas, e possíveis tumultos indesejáveis.
Assim foi, e apesar das provocações à distância, a maioria do plantel chegou ao autocarro sem incidentes.
Mas, e nestas coisas há sempre um mas, um dos nossos jogadores, por azar, tinha o seu carro estacionado em frente às escadarias do pavilhão, onde permaneciam adeptos, treinadores e jogadores da equipa adversária em provocações constantes.
E quando o nosso atleta mais um colega que seguia com ele se preparava para sair com o carro, foi barrado por várias pessoas, e quando ambos saíram do carro pedindo que se desviassem para poderem seguir viagem, um dos nossos jogadores foi brutalmente e covardemente agredido por um colega da equipa adversária, que lhe partiu uma garrafa de cerveja na cabeça e riscando o carro do nosso outro jogador.
O “criminoso” após ter efetuado estes dois delitos, sabendo que tínhamos chamado as autoridades e o socorro para o nosso atleta agredido e a sangrar da cabeça, mais uma vez, covardemente, não assumiu os seus atos e colocou-se em fuga, antes que as autoridades chegassem.
O nosso atleta seguiu para o hospital na viatura do INEM e as autoridades viram-se obrigadas a chamar reforços, tal era o nível de altercação dos adeptos e membros da equipa da casa.
Mediante tudo isto, ficam estas perguntas às quais gostaríamos de ver respondidas por quem de direito:
Vão passar incólumes estes atos praticados por um atleta da casa em termos de justiça criminal e desportiva?
Deve o clube da casa ser responsabilizado e penalizado desportivamente após permitir que a equipa que recebeu em sua casa não foi dignamente respeitada?
Pode vender-se bebidas alcoólicas em garrafas de vidro numa coletividade desportiva, dando azo a que tais agressões possam ocorrer?
E o que dizer da falta de ética na recusa aos nossos atletas de utilizarem o seu espaço para comer umas sandes após o jogo?
Vai a Associação de Futebol de Santarém fazer alguma coisa, ou permanecerá em silêncio?
E os representantes da equipa adversária que após 24 horas, nem um contacto fizeram para se retratar do comportamento do seu atleta e saber do estado de saúde do nosso que foi hospitalizado?
Uma certeza podemos garantir, que é a de que não vamos deixar morrer este assunto, e vamos proceder de todas as formas possíveis, judiciais e desportivas, para que os responsáveis diretos e indiretos por estes acontecimentos sejam penalizados de forma justa e para que os nossos atletas, possam ser ressarcidos dos danos físicos e materiais a que foram sujeitos, e também do trauma que sofreram em serem rodeados por uma multidão coerciva que por momentos os sequestraram da sua liberdade de ação e dos direitos fundamentais que têm.
DESPORTO NÃO É ISTO!!!”, pode ler-se no comunicado.
O Jornal O Almeirinense tenta nesta altura obter uma reação do Louriceirense.