Inês Gouveia Pereira, especialista em Radiologia na Unidade Local de Saúde da Lezíria, com diferenciação em radiologia mamária, participou recentemente na 6.ª Edição Breast Cancer Weekend como palestrante numa sessão dedicada ao tema “Controvérsias no diagnóstico”, na qual destacou a complementaridade da mamografia de contraste e da ressonância magnética no diagnóstico do cancro da mama.
Segundo a médica, a “escolha da técnica mais adequada deve ser individualizada e considerar a situação clínica de cada utente, em linha com os princípios da Medicina Personalizada”.
De acordo com Inês Gouveia Pereira, a mamografia de contraste, embora possa ser utilizada no rastreio de cancro da mama, em doentes de alto risco, como utiliza radiação ionizante, envolve exposição repetida à radiação, o que não se verifica com a ressonância.
“Ao permitir o rastreio baseado nas características vasculares dos tumores, tal como a ressonância, pode ser uma alternativa quando não se pode realizar ressonância por existir uma contraindicação para tal”, explica.
Uma das vantagens da mamografia de contraste é o seu fácil acesso, já que nos serviços de Radiologia existem muitas solicitações para realização de ressonância. E, conforme salienta a médica, “no cancro não podemos esperar muito”.
“A mamografia é mais simples e rápida de realizar e menos onerosa. As doentes tendem a preferir esta técnica por se sentirem mais confortáveis e por a mesma exigir menos tempo de realização”, acrescenta.
Inês Gouveia Pereira alerta, no entanto, que no caso de próteses mamárias, a técnica de eleição é a ressonância magnética, assim como em tumores em localização profunda pré-peitoral ou no sulco infra-mamário.
Acrescenta que, no que respeita ao seguimento do cancro da mama, “a mamografia de contraste é uma mais-valia nas doentes que fizeram cirurgia conservadora, aumentando a probabilidade de se detetaram recidivas numa fase mais precoce da doença”.