Ambientalistas e autarcas debatem Eco Parque do Relvão

A freguesia da Carregueira, concelho da Chamusca, recebeu o “1º Encontro Ambientalista Eco Parque do Relvão: solução ou problema?”, que reuniu cerca de duas dezenas de ambientalistas, autarcas e ex-autarcas do concelho e representantes de organizações de defesa do ambiente e da natureza, como as associações “Zero” e “AANA”. 

O encontro centrou-se na importância nacional do Eco Parque do Relvão, cujas empresas tratam da recuperação, valorização e eliminação de diversos tipos de resíduos – hospitalares, domésticos, óleos, lamas, etc. – provenientes de todo o país, mas cujos eventuais acidentes têm repercussões negativas graves no ar, na água e nas vidas das populações locais.

De manhã, os participantes visitaram o local, junto ao antigo leito do Tejo, afetado pela mais recente descarga de lixiviados proveniente do Eco Parque do Relvão, que contaminou o solo e impede a atividade agrícola normal. Depois, deslocaram-se às várias ribeiras da região que, potencialmente, poderão ser afetadas por incidentes semelhantes e terminaram visitando, exteriormente, as principais empresas do Eco Parque do Relvão.

À tarde, numa sala do restaurante “O Algaz, na Carregueira, o encontro continuou com a apresentação de imagens aéreas da zona, identificando a amplitude, função e caraterísticas de cada empresa implantada no Eco Parque e a sua relação com a rede hidrográfica local.

Das diversas intervenções que se seguiram, tendo em conta a importância nacional do Eco Parque e a necessidade de defesa do ambiente e da saúde das populações locais, foi colocada a exigência de diversas medidas a adotar pelas entidades públicas e pelas empresas do Eco Parque, nomeadamente: – O imediato funcionamento regular da Comissão de Acompanhamento do Eco Parque que, há vários anos, não apresenta relatórios; – Concretização das acessibilidades previstas, há anos, para a região, de forma a que o tráfego para o Eco Parque não passe pelas localidades, IC3/A13, e respetivo acesso para o Eco Parque, nova ponte sobre o Tejo na Chamusca, etc.); – Implementação de controlos de monitorização permanente nas empresas para possibilitar a avaliação de eventuais alterações nos caudais de saída para as ribeiras; – Análises regulares à água dos poços nas zonas recentemente contaminadas.

No final, os participantes decidiram continuar a sua vigilância sobre estes problemas colaborando, estreitamente, com a associação “Zero”.