A apanha das uvas já terminou e, para os sócios da Adega Cooperativa de Almeirim, a quantidade apanhada foi menor, quando comparado com o ano de 2023, mas a qualidade está garantida, garante o Eng. Romeu Gonçalves.
“Fazemos um balanço positivo porque as coisas correram bem, apesar de ter cerca de menos de 15%, a qualidade das uvas manteve-se ótima. Vamos ter, com certeza, bons vinhos mais uma vez”, garante o Eng. Romeu.
O enólogo da Adega Cooperativa de Almeirim, desde 2007, acredita que a justificação para esta redução “seja porque no ano passado tivemos em excesso, e este ano tivemos menos”, acrescentando que “as plantas também se estragam a elas próprias, o que alivia um bocado a carga, penso que é por isso. As condições foram normais até determinada altura do ciclo sendo que na última parte houve aqui uma humidade, mas não nos trouxe problemas”.
O experiente enólogo acredita mesmo que “a qualidade será melhor que a do ano passado. Boa, excelente e recomenda-se”, sendo que a ideia é que este raciocínio se aplique “aos brancos e aos tintos, ambos são bons, tanto para uns como para os outros. É um ano de qualidade. “
Apesar de menos quantidade, Romeu Gonçalves acredita que o ano é positivo para a Adega de Almeirim, mas para o setor é um ano que não tem sido muito positivo: “Este último ano e meio, dois anos, não tem sido positivo e vamos ver o futuro. Para nós, felizmente, tem sido positivo, os vinhos brancos têm-se vendido bem, não sei bem porquê. Mas, para o setor não está a ser muito bom, não.”
A explicação para este crescimento dos brancos, pode ter várias dimensões, segundo o enólogo.
“Nestes últimos dois anos, talvez pela crise, por as pessoas não terem dinheiro, não consigo perceber porquê, mas alguma coisa se passa. Nestes últimos dois anos, o consumo do vinho caiu, as pessoas estão mais viradas para o vinho branco porque querem coisas mais frescas”, conclui.