No próximo dia 2 de novembro, pelas 17h00, o Pavilhão Multiusos de Coruche dá lugar a uma conversa estimulante sobre a produção artística em contextos periféricos. Intitulada “Territórios não Cartografados”, a mesa redonda integra a programação da Bienal de Coruche 2024 e propõe um debate essencial para artistas, curadores e público em geral, com interesse pela relação entre Arte e territórios não urbanos.
Com participação de João Delgado, José Severiano Teixeira, Mário Câmara Caeiro, Paulo Pires, e Virgínia Fróis, a conversa incide em temas como a criação de meios e espaços criativos em ambientes rurais, problematizando os desafios enfrentados por comunidades que se encontram fora dos grandes centros urbanos. Ao lançar novas perspetivas sobre a produção artística em territórios aparentemente adversos, a iniciativa promete abrir horizontes, produzir conhecimento e potenciar o diálogo cultural.
O momento de diálogo, partilha e debate “Territórios não Cartografados” propõe explorar questões cruciais sobre a relação entre Arte e territórios periféricos. A conversa reúne João Delgado, pescador/marinheiro, presidente do conselho de administração da Cooperativa Mútua dos Pescadores e sociólogo especializado em relações de trabalho nas pescas; José Severiano Teixeira, arquiteto de formação, professor e aprendiz de pastor; Mário Câmara Caeiro, investigador e curador cultural, presidente da associação cultural TARS, dedicada à resiliência e sustentabilidade da terra, e autor do projeto curatorial Convento da Terra, Paulo Pires, chefe de divisão de Investigação e Dinamização Cultural da CCDR LVT e Virgínia Fróis, escultora e investigadora, fundadora da Associação Oficinas do Convento em Montemor-o-Novo, onde coordena o Projeto do Telheiro (OC-TEC), e do Centro de Artes e Ofícios de Trás di Munti em Cabo Verde.
Segundo os moderadores da mesa redonda, André Banha e Carmo Moser, pretende-se através deste momento refletir a importância da criação de meios, espaços criativos e redes de cooperação em áreas rurais e litorais, onde as dinâmicas artísticas enfrentam desafios e oportunidades únicas. Como é que os territórios periféricos moldam e, por vezes, desafiam a criação artística? Qual o papel dos “lugares de pouso” no desenvolvimento de novas linguagens e práticas artísticas? O que nos impele e liga aos meios pequenos, fazendo surgir novas linguagens em contextos inesperados? A necessidade de contrariar o êxodo dos pequenos centros e questões como a transformação destas áreas em laboratórios criativos vibrantes, em relação construtiva com as comunidades, estão na base de uma conversa agendada para 2 de novembro no Multiusos em pleno programa da Bienal de Artes de Coruche — plataforma onde Arte, território e comunidade se encontram em diálogo constante. A iniciativa convida à participação ativa do público na reflexão e na partilha de ideias.
Paralelamente, o dia 2 de novembro é também marcado por um conjunto diversificado de atividades no Multiusos que promete envolver o público de várias formas. A manhã começa às 10 horas no Pátio do Museu Municipal com a segunda parte do workshop de cerâmica “Forno de Papel”, conduzido pela artista visual Antónia Labaredas, convidando os participantes a explorar técnicas artísticas ancestrais. Às 11h30 o chef David Jesus proporciona um momento gastronómico com sabores tradicionais, enriquecendo a experiência cultural com uma abordagem culinária local. Após o destaque do dia, com a conversa “Territórios não Cartografados”, a programação encerra com um espetáculo musical e oficina de danças tradicionais europeias, protagonizado pela banda Laefty Lo às 21h30, proporcionando uma experiência interativa e cultural que reforça o sentido comunitário do evento. O dia é imperdível para quem deseja não só explorar a intersecção entre a Arte e o território, mas também participar numa jornada de interação comunitária e criatividade.
A Bienal de Coruche tem-se afirmado como um evento cultural de relevo, seja pelas suas exposições e performances, como também pelo seu foco nas dinâmicas locais e na forma como a Arte pode alavancar o desenvolvimento comunitário. Além da conversa “Territórios não Cartografados”, o programa da Bienal inclui uma variedade de atividades de 19 de outubro a 3 de novembro, como exposições, oficinas interativas, performances e visitas guiadas. Destaque ainda para eventos como a performance aérea “Voar mais alto que os pássaros”, os workshops “Robots que Desenham” ou a exposição “Envolvências Locais”, que reúne obras criadas por artistas em residência inspirados pelo território de Coruche — uma oportunidade única e imperdível de descobrir como a Arte pode transformar os territórios e as suas comunidades. A Bienal de Coruche é uma celebração da criatividade e da expressão artística da qual “Territórios Não Cartografados” promete ser um momento alto de reflexão e partilha de ideias e conhecimento. A entrada é livre e o convite estende-se a todos os que queiram mergulhar numa viagem reflexiva pelos territórios da Arte.