Aqui está 2020, o Ano Novo. Todos os anos lá vem ele, para muitos uma esperança, como se de Dom Sebastião se tratasse, aquele que diziam vir salvar o País dos seus problemas. Para muitos falar de Ano Novo traduz um sentimento de esperança, de mudança e de dias melhores.
Teremos razões para desejar mudança? A nível económico, com certeza, pois Portugal foi o país da OCDE onde a carga
fiscal mais subiu, quer nos impostos diretos, quer nas contribuições sociais. Com a ilusão de mais e melhores serviços públicos a receita tem passado por “depenar” quem trabalha e aumentar a carga fiscal.
Mas será que compensa? Temos efetivamente melhores serviços? Na saúde, serviço onde mais ambicionamos qualidade foi onde em 2019 fomos mais defraudados. Verificamos neste sector uma verdadeira decadência, com piores infraestruturas, menos médicos e mais tempos de espera.
E notícias boas em 2019? Não houve mortes nos incêndios, diminuiu a taxa de desemprego e a economia nacional até cresceu. Mas podemos considerar um bom trabalho? O crescimento foi uma característica global do pós-crise, mas o que é certo é que Portugal teve o 4o pior desempenho da UE. Estima-se uma taxa de crescimento de apenas 0,3%, com dados do 3o trimestre a indicar claro desaceleramento. Nesta perspetiva o que podemos ambicionar para o tal Ano Novo?
Em minha opinião, de novo, apenas o ano. O orçamento de Estado aponta para o mesmo trajeto, com aumento de impostos, pouco investimento público e um crescimento tímido da nossa economia. Mas como diz o provérbio, enquanto há vida há esperança.
Um Bom Ano de 2020.
Por Nuno Fazenda