Márcio Sampaio disse esta segunda-feira, dia 6 janeiro, em tribunal que a reunião entre a equipa técnica liderada por Jorge Jesus e o então presidente Bruno de Carvalho, na véspera do ataque à academia de Alcochete foi “surreal”.
O treinador almeirinense descreveu que «foi uma reunião surreal, pela quantidade de coisas que foram ditas. A reunião serviu para o presidente dizer que era o fim da linha, que não tínhamos mais condições para continuar, e para justificar o que tinha acontecido entre jogadores e adeptos na Madeira. Que estava em casa e que passou a madrugada – que esteve até às tantas da manhã – a falar ao telemóvel com o líder da claque Fernando Mendes, que queria o contacto, a morada do Acuña. Disse: ‘vocês nem sabem o que é que estava a ser preparado”.
Márcio Sampaio foi ouvido durante a manhã na 16.ª sessão do julgamento da invasão à academia leonina, em Alcochete, a 15 de maio de 2018, com 44 arguidos, incluindo o antigo presidente do clube Bruno de Carvalho, que decorre no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.
Questionado sobre o que é que Bruno de Carvalho quis dizer com ‘vocês nem sabem o que é que estava a ser preparado’, Márcio Sampaio acreditou que o então presidente do Sporting tinha «supostamente desmontado» algo que estava a ser planeado pelos adeptos.
A reunião decorreu a 14 de maio de 2018, no dia seguinte à derrota do Sporting contra o Marítimo por 2-1, que significou a perda do segundo lugar do campeonato para o Benfica e levou à troca de palavras entre jogadores e elementos da claque Juventude Leonina, primeiro no relvado, após o jogo, e depois no Aeroporto do Funchal.
Márcio Sampaio explicou que a reunião foi marcada por Bruno de Carvalho na sequência dos acontecimentos da Madeira e onde estiveram presentes outros três ex-administradores da SAD leonina.
«Entendemos que estávamos despedidos. O treinador [Jorge Jesus] perguntou como é que vai ser e ele [Bruno de Carvalho] respondeu: ‘vocês vão para casa, vou falar com os advogados do clube, que vão falar com os vossos advogados’. Perguntámos sobre o treino de amanhã [terça-feira, 15 de maio]. Ele respondeu: ‘vocês aguardem, ainda não comuniquei ao departamento jurídico, marquem o treino para a tarde para me dar tempo para tratar da rescisão. Convém que se, de manhã, não vos entregarem nada – estou a ser vosso amigo – apareçam no treino à tarde’», descreveu a testemunha.
Fonte: https://maisfutebol.iol.pt