Volto a um tema antigo (mercado de capitais), pois a situação merece cada vez mais uma reflexão. O nosso principal índice bolsista, denominado PSI 20, onde o 20 reflecte o nº de empresas que o compõem, não consegue hoje ter empresas que justifiquem o seu nome, possuindo apenas 18.
As razões para isso devem-se essencialmente às políticas de esquerda que têm sido implementadas no país. Nos anos 90 o PSD taxava de forma atrativa os rendimentos de capitais, o que fomentou a entrada de muitas empresas e a sua negociação. José Sócrates inverteu totalmente esta política, tendo a seguir, a crise financeira acabado por varrer os mercados a nível mundial e de forma mais violenta o nosso. Mas os mercados mundiais recuperaram e têm vindo ano após ano a renovar máximos, trazendo retornos simpáticos para as poupanças dos investidores que fogem das taxas quase 0 dos depósitos bancários Portugal por sua vez, verificou uma recuperação no final do governo de Passos Coelho, tendo voltado a afundar com António Costa. A realidade é que contrastando a euforia dos mercados mundiais, o nosso PSI 20 apresentou na última década o quarto pior desempenho do mundo, algo que nos deve preocupar e envergonhar profundamente.
As políticas existentes desincentivam o pequeno investidor e afugentam aquela franja que faz oscilar as cotações. Algumas das nossas empresas, apesar de boas e de pagarem bons dividendos, apresentam valorizações bolsistas muito abaixo do seu valor real, sendo por isso apetecíveis e ao alcance de muitas empresas estrangeiras que possuem capacidade para as comprar na totalidade e as retirar da bolsa, como foi o caso da Cimpor, Brisa, BPI ou Luz Saúde. Só em 2018 saíram 6. Qual será a próxima? Reflexão: As políticas em que votamos refletem o país e as empresas que ainda controlamos.
Por NUNO FAZENDA