Licenciatura em Higiene Oral pela Faculdade de Medicina Dentária. Prática clínica desde 2018 em exclusivo nos gabinetes médicos da Medifides. As consultas de Higiene Oral acontecem na clínica da Asmeci – Lisboa, Instituto Superior Técnico, Pólo Universitário da Ajuda e CMM – Centro Médico de Santarém.
Fale-nos um bocadinho sobre que é um Higienista Oral?
O Higienista Oral é um profissional de saúde que tem como principais funções: a realização de atividades de promoção e educação para a saúde oral, como é exemplo o trabalho desenvolvido pelos colegas que estão nos centros de saúde e, atuam diretamente com a comunidade escolar e familiar, através dos cheques dentista. Já noutro ambiente, que é o meu caso, trabalhando em contexto de clínica privada, uma das minhas funções principais é dedicar-me essencialmente:
– à pesquisa dos hábitos diários dos meus pacientes e da sua saúde geral;
– ao diagnóstico da condição geral da cavidade oral dos pacientes e registo de problemas tais como, cáries, má remoção de placa bacteriana, más técnicas de escovagem, graus de inflamação gengival, necessidades de tratamento ortodôntico (os conhecidos aparelhos dentários), necessidades de uso de prótese dentária, eventuais planeamentos de tratamento com implantes dentários, etc;
– estruturação de planos de tratamento adequados às exigências e carências individuais dos pacientes, fazendo o envio para os colegas das diversas especialidades dentro da medicina dentária;
– execução de tratamentos específicos e dirigidos aos problemas relacionados diretamente com as questões gengivais,
– aconselhamento, ensino e explicação dos melhores e mais apropriados meios de higiene para cada caso.
Esta profissão, surgiu como forma de complementar o trabalho que os médicos dentistas não eram capazes de dar resposta. Mas também pela evolução dos conhecimentos necessários e específicos na prestação de cuidados de saúde oral. Nomeadamente, na deteção e prevenção de doenças orais. Em Portugal, a nossa formação profissional iniciou-se em 1984, portanto, existe no nosso país há 36 anos.
Qual é a recomendação sobre as idas à consulta de Higiene Oral?
Essa é uma pergunta que fazem muitas vezes. De quanto em quanto tempo é que se deve fazer uma consulta de Higiene Oral? A minha resposta é, depende. E o depende, aplica-se a cada caso.
Ou seja, há situações em que a pessoa deverá vir de 3 em 3 meses (nos casos de problemas periodontais, que dizem respeito à saúde ou não do osso e das gengivas). Nos casos mais comuns e que dizem respeito à população no geral, podemos fazer um planeamento de 6 em 6 meses. Ou ainda, quando surgem pessoas que têm um especial cuidado e uma especial atenção nos seus hábitos diários e que lhes permite suportar um intervalo de consulta de cerca de 1 ano.
Quais são os problemas orais que encontra com mais frequência?
O problema mais frequente na maioria dos pacientes que chegam à consulta de Higiene Oral, julgo que posso afirmar com toda a certeza que são as Gengivites.
Uma gengivite, caracteriza-se exatamente por uma inflamação generalizada das gengivas, e que provoca alguma dor ou desconforto e sangramento na escovagem.
Por norma as pessoas tendem a deixar de escovar por acharem que estão a fazer muita força, ou até mesmo, que estarão a usar um auxiliar de higiene errado. Esclareço a dúvida que as inflamações gengivais acontecem em primeiro lugar, por uma má remoção da placa bacteriana e por isso maus hábitos de escovagem. Pelo stress, correria, pouco descanso e alimentação pouco saudável a que todos nós estamos sujeitos nos dias de hoje. Em casos mais graves, associadas a outros problemas de saúde e à toma de certas medicações.
O meu conselho é: em primeiro lugar sempre que detetem que alguma coisa não está bem, recorram à ajuda e aconselhamento dos profissionais da área mas, deixar de escovar só agrava o problema. Por isso, vamos escovar com maior cuidado, menos força e mais tempo…
Para as pessoas que nunca foram a uma consulta de Higiene Oral, o que devem esperar?
A consulta de Higiene Oral, costumo com frequência brincar com os meus pacientes, é bastante dinâmica – há de tudo!
E porquê? Porque dentro da área e dentro da medicina dentária, um Higienista é conhecido por olhar para os pacientes como “um todo”. Nós vemos tudo e olhamos para tudo. Mas não se assustem, porque muitas vezes é este nosso olhar atento, e atento a tudo, que nos faz perceber certas disfunções que as pessoas possam ter. Provavelmente nunca deram conta disso, e provavelmente também o médico dentista não reparou na última vez que estiveram com ele.
O Higienista olha para os músculos da face, para os músculos do pescoço, para os lábios, para os dentes, para a parte interna das bochechas, para a língua, para o palato (céu da boca), para glândulas, para a articulação dos maxilares… Conversa acerca dos hábitos e rotinas que têm habitualmente, pesquisa sobre conflitos que possam haver entre o tipo de escova que usam e as lesões que possam ter dentro da boca. Falamos de alimentação, de hábitos sociais como fumar por exemplo. Falamos do uso de determinados dentífricos associados a sintomas de sensibilidade. Sabemos que se eliminarmos este ou aquele hábito, se ensinarmos a executar melhor este ou aquelo procedimento, a pessoa melhora e na próxima visita que nos faça, até vem contente e mais tranquilo porque nos diz: Aquilo que me aconselhou? Resultou. Sinto-me melhor! Muitas vezes detetamos coisas em que a pessoa não tem sintomas desconfortáveis, nunca doeu e até nos respondem: A sério? Nem sabia que isso estava aí!
Portanto, resumindo o que devem esperar é um tempo de consulta em que nos dedicamos apenas àquela pessoa, às suas dúvidas e à melhor forma que houver para melhorar aquilo que não estiver bem.