O pequeno comércio dos concelhos de Santarém, Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo e Chamusca registou quebras entre 40% e 90% nas últimas semanas, devido às medidas adotadas no âmbito da pandemia da covid-19, disse a associação de comerciantes.
David Dias, vice-presidente da Associação Comercial, Empresarial e de Serviços (ACES), que junta associados destes seis concelhos do distrito de Santarém, disse hoje à Agência Lusa que, à exceção da venda de produtos de primeira necessidade, todos os outros estabelecimentos encerraram, pelo que a situação em abril será ainda pior.
“Na reunião que realizámos ontem por videoconferência registámos já dois associados do concelho de Santarém que deram baixa de membros porque decidiram encerrar a atividade”, disse.
David Dias reforça que quem tinha fundo de maneio já o esgotou, questionando como vão viver aqueles que tiveram de fechar e que estão excluídos dos apoios.
Segundo afirmou, a ACES está a preparar um programa que quer apresentar às autarquias dos concelhos que abrange, para criar um sistema de apoio financeiro, ao mesmo tempo que vai canalizar o financiamento que tinha disponível no fundo para ações de formação para iniciar uma formação dirigida à digitalização das micro e pequenas empresas. “Mesmo quando a quarentena acabar, o trabalho ‘online’ vai ser mais constante do que no passado”, disse, salientando que estão em curso contactos com a plataforma Marketplace para inserir aí empresas e lojistas da região. Por outro lado, a ACES está a colaborar com os municípios na criação de plataformas ‘online’ de incentivo à aquisição de produtos no comércio local, o que, acredita, irá “estimular a economia circular em cada concelho”. Sobre as medidas já anunciadas pelos municípios, como a isenção no pagamento de taxas fixas de água, saneamento e resíduos, David Dias considerou-as positivas, apelando a que o mesmo aconteça com empresas como a EDP.