No próximo dia 24 de janeiro seremos chamados às urnas para eleger o
novo Presidente da República. Apesar de não existirem vencedores antecipados, todos sabemos que o actual Presidente será reeleito para o segundo mandato e à primeira volta, faltando apenas saber qual a percentagem de votos que irá obter.
Ainda que tenha baixado as expectativas de superar o resultado obtido por Mário Soares em 1991 – quase 3,5 milhões de votos correspondentes a 70,35%, Marcelo Rebelo de Sousa (MRS) quer ficar na história como o presidente reeleito com maior percentagem de votos. Foi para cumprir esse desígnio pessoal que “trabalhou” nos últimos cinco anos, mediatizando a presidência e a figura do Presidente como nenhum outro até então, passando o mandato inteiro em permanente campanha eleitoral.
MRS sabe ocupar o espaço mediático como mais ninguém e os media gravitam à sua volta, ansiosos por qualquer facto, por mais insignificante e mundano que seja. Se, para alguma opinião pública, ele dessacralizou o cargo, para outra tornou-o banal.
Pessoalmente, é a primeira vez que, em trinta anos como eleitor, estou indeciso quanto ao meu sentido de voto. Tendo votado nele em 2016 e reconhecendo ser o melhor de todos os candidatos, não me revi em muita da sua actuação ao longo destes cinco anos, tanto na forma como
na substância. No entanto e apesar desta indecisão, sei bem em quem não vou votar!
Humberto Neves
PSD Almeirim
Artigo de opinião publicado na edição impressa de 15 de janeiro de 2021