MEU SUPER FAZENDAS DE ALMEIRIM Inês e Diogo Graça reinventam-se em tempos de pandemia.
Que soluções e estratégias tiveram que implementar no vosso negócio para contornar os constrangimentos trazidos pela pandemia atual?
Em março, quando nos deparámos com esta situação de um momento para o outro, tivemos que nos reinventar em curtos momentos. Lidar com emoções, com uma equipa de oito pessoas e, de um dia para o outro, estávamos com duas carrinhas na entrega ao domicílio. Serviço que fomos mantendo desde aí e no qual ficaram clientes fidelizados. Atualmente, com o agravamento da pandemia, estamos novamente com muitas entregas ao domicílio.
Como e que produtos pode o cliente
encomendar para serem entregues em
sua casa?
O cliente tem duas opções: ligar pelo nosso telefone e fazer a encomenda com o nosso operador ou enviar a sua lista de compras pelo nosso email, com contacto e morada. Aquando da preparação, o operador liga a validar a encomenda e acaba por falar com o cliente caso não haja algum produto, para substituir.
Com o agravamento da pandemia no concelho, fazemos um pequeno questionário para averiguar se vamos contactar diretamente com alguém infetado com Covid-19, para sabermos como atuar e proteger a nossa equipa ao máximo.
Quanto aos produtos disponíveis, podem seguir a nossa página do facebook
que mostra a nossa loja. Mas, na realidade, temos de tudo um pouco: talho
tradicional com carnes frescas, pato, coelho, peru, frango, borrego de leite,
borrego, novilho, picanha, porco preto, cabrito, bifanas, costeletas, queixadas, molhinhos, tripas, etc. Na frutaria, somos abastecidos por produtores locais diariamente. Na padaria, temos desde papossecos, ao pão caseiro da nossa terra. Em mercearia, temos toda a gama da
marca Continente. Damos preferência ao pagamento por multibanco.
As entregas são feitas em que zona geográfica e em que horário?
As zonas que fazemos vão de Coruche, Lamarosa, Alpiarça e Santarém. Diariamente, com valor mínimo de 30€, entregamos em todo o concelho de Almeirim.
Em consequência da pandemia, Portugal atravessa também uma crise
económica e social. Qual é a perceção que tem do estado de espírito dos seus clientes, fornecedores e de quem os rodeia, no geral?
Sim, Portugal atravessa e vai atravessar uma das maiores crises económicas. Sente-se, presentemente, já uma grande redução de poder de compra de março para agora. Fornecedores são mais que muitos a procurar os supermercados pois é a única opção para ainda conseguirem fazer algumas vendas.
No entanto, esta crise económica vai-se refletir muito nos próximos anos.
Sentem diferenças entre o primeiro confinamento e este confinamento no que diz respeito ao impacto no negócio?
Sim, muitas diferenças! No primeiro confinamento não se viam pessoas
dentro da loja. Passávamos o nosso dia a preparar encomendas para fora, existia muito medo pois ninguém sabia como lidar com esta situação desconhecida, havia muito pouca informação ainda.
Presentemente, as pessoas continuam a andar na rua, a ir à loja diversas vezes por dia. Apesar de estarmos pior, as pessoas encaram a situação de forma mais leve.
Sentem-se apoiados pelo Estado, pelas entidades públicas e/ou privadas?
Sentimo-nos apoiados, principalmente no nosso setor que está na linha da frente, pela nossa “casa-mãe” que durante o verão nos deu formação para conseguirmos lidar com a pandemia e entregas ao domicílio, vender neste contexto e conseguir satisfazer os clientes.
Realçamos também a iniciativa do nosso município “5 Vale o Dobro”, que fez com que o nosso talho tradicional tivesse ainda mais impulso de vendas na época do Natal.
Que apelo gostariam de deixar?
O apelo que a nossa equipa sugere é que tente condicionar as compras em massa. Decerto que vamos ultrapassar tudo isto e retomar a nossa loja de “vizinho”.
Quais os vossos desejos para 2021?
Que consigamos manter os oito postos de trabalho da nossa equipa com boa
saúde.