Revisitei, recentemente, o ano de 1973. Na Campanha Eleitoral de outubro, no Distrito de Santarém, os seis candidatos (MDP/CDE) eram homens. As mulheres estavam presentes, mas sem o destaque político e numérico merecido. E, no entanto, nos últimos anos do regime fascista (e mesmo antes) já muita luta tinha acontecido pela emancipação feminina.
No Distrito de Santarém, o nome de Maria Lamas ocorre-nos sempre. Nasceu em Torres Novas e lutou pela liberdade, igualdade, direitos da mulher. Foi militante do PCP. Foi presa pela PIDE, esteve na prisão de Caxias, foi obrigada ao exílio. Escreveu um livro fundamental, As Mulheres do Meu País (1948-1950). Não há aqui espaço para falar doutras, mas há espaço para dizer que as Mulheres eram sujeitas a tremendas desigualdades.
Começavam logo no acesso à escola. O analfabetismo era muito elevado nos dois sexos, mas, ainda mais nas mulheres. (A minha mãe era analfabeta).
“Em Almeirim, várias mulheres têm encabeçado as listas da CDU”
Muitas mulheres no Distrito (Couço, Alpiarça…) lutaram pela liberdade e sofreram a repressão e prisão. Estiveram ao lado dos homens na luta pelas 8 horas nos campos, na melhoria de salários, etc. Quem conhece os seus nomes? A Constituição da República, na sequência da Revolução dos Cravos, consagra o direito de Igualdade e participação das mulheres, na vida social e política.
Em Almeirim, várias mulheres têm encabeçado as listas da CDU. A própria legislação prevê a igualdade de género na composição das Listas. Nas próximas eleições, a CDU seguirá esse caminho.
José Manuel Sampaio
CDU Almeirim
Artigo de opinião publicado na edição impressa de 1 de julho de 2021