O sistema tarifário da energia elétrica determina que os produtores recebem em função do produtor marginal. Significa isto que, se houver no mercado, por exemplo, apenas dois produtores um com energia eólica e um com gás natural, o que produzir a maior custo será o que determina o preço a que os dois vão receber.
Durante anos, o que tem acontecido é que os preços da energia elétrica não têm tido grande oscilação e, normalmente, era o produtor de energia com gás o mais barato. Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, isto mudou. O produtor de energia com gás passou a ser o marginal e com isso os restantes produtores de energia apanharam uma “boleia” nos seus lucros que duplicaram, ou mais. Isto são os “lucros excessivos”.
A União Europeia pretende corrigir esta situação num mercado que é regulado e onde a fixação de preços originou uma situação anómala. O problema é que alguma esquerda Portuguesa, PS incluído, querem aproveitar uma distorção de mercado para cobrar dinheiro às empresas privadas, que, obviamente, o consumidor vai pagar.
Uma atividade concorrencial como os supermercados, teve boleia nos lucros porque as suas receitas são estabelecidas “por decreto” como é o caso da energia? Não. Basicamente, somos nós, consumidores, quando optamos pelo supermercado e pelos produtos que queremos, que acabamos por gerar o seu lucro. Ou, caso optemos por outro supermercado concorrente, no limite, pelas suas perdas.
Então, qual o sentido destas ameaças num setor concorrencial? Não se iluda, caro leitor. Se o Estado colocar uma qualquer taxa em todos os supermercados com a desculpa de lucros excessivo, quem o vai pagar é o consumidor.
João Lopes – PSD Almeirim