A poupança é a parte do rendimento disponível do agregado familiar que não é utilizada como despesa de consumo final.
A taxa de poupança das famílias na União Europeia (EU) situou-se em 17% nos últimos anos. Portugal é o quinto país da UE onde as famílias menos pouparam (2021), segundo dados do Eurostat. No nosso País, esta taxa de poupança rondou os 9,8%, bastante abaixo dos 14,8% de 1995.
O Banco Central Europeu (BCE) empresta, atualmente, dinheiro aos bancos entre os 3,75% e os 4,0% e remunera pelos depósitos dos bancos junto deste a 3,25% ao ano. Resumindo, os bancos Portugueses podem depositar o dinheiro dos nossos depósitos no BCE e recebem 3,25%. E o que os nossos bancos nos pagam? Muito pouco, comparativamente ao que recebem. Os nossos bancos pagam em média cerca de 1%, sendo o segundo valor mais baixo entre os países da área do euro.
Com esta diferença abismal não é de espantar que as famílias tenham optado em aplicar as suas poupanças em certificados de aforro. A série E destes instrumentos remunera a uma taxa euribor (1 mês) + 1%, até ao máximo de 3,5%. A consequência deste movimento foi o aumento das remunerações dos bancos, contudo ainda em valores muito baixos.
O Estado Português num movimento completamente contrário ao fomento da poupança das famílias decidiu, de forma administrativa e inusitada, terminar com a série E dos certificados de aforro e criar uma nova série F cuja remuneração máxima será 2,5%, ou seja, 0,75% abaixo do que o BCE paga aos bancos, mas mesmo assim superior ao que os bancos nos pagam. O Estado assim não fomenta a poupança.
João Lopes – PSD Almeirim