Greve dos trabalhadores das empresas do Grupo EDP deixa algumas zonas de Almeirim sem eletricidade

Vários postos de transformação de eletricidade, na zona da Quinta da Alorna e Quinta do Casal Branco, em Almeirim, ficaram sem energia durante a noite e durante a manhã desta terça-feira, dia 19 de dezembro, devido à greve ao trabalho suplementar dos trabalhadores das empresas do Grupo EDP.

Um dos trabalhadores em greve, que não quis ser identificado, refere ao jornal O Almeirinense que esta é a “única maneira de sermos ouvidos, por uma empresa que apresenta lucros avultados e tratar os empregados como trata, não merece respeito”.

“Sabemos que quem está a ser prejudicado infelizmente é a população”, conclui.

Segundo a Fiequimetal (Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas), foi apresentado o pré-aviso de greve ao trabalho suplementar para o período entre 2 e 31 de Janeiro, prolongando assim a paralisação iniciada em 1 de dezembro. Não havendo acordo entre a empresa e os sindicatos, a greve deve prolongar-se até dia 30 de janeiro.

De acordo com o texto reivindicativo dos trabalhadores, que foi entregue à empresa em outubro, as novas contratações estão a receber uma remuneração superior à paga aos colaboradores mais antigos, com a justificação de que existe escassez no mercado e que estes têm mais experiência técnica.

O pré-aviso de greve abrange o prolongamento ou antecipação do horário normal de trabalho, dias de folga, feriados e casos de prevenção, entre outros.

A frente sindical que convocou esta greve inclui a Associação Sindical dos Trabalhadores do Setor Energético e Telecomunicações (ASOSI), a Fiequimetal, o Sindicato das Indústrias, Energia e Águas de Portugal (SIEAP), o Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (Sindel), o Sindicato Inovação Energética (Sinovai) e o Sindicato da Indústria e Energia de Portugal (Sirep).

C/Renascença

A necessidade de intensificar a luta pelos direitos dos trabalhadores das empresas do Grupo EDP foi sublinhada pela Comissão Negociadora Sindical da Fiequimetal, perante a tentativa patronal de desviar as atenções da exigência de valorização profissional.
18.12.2023



A Fiequimetal apresentou pré-aviso de greve ao trabalho suplementar para o período entre 2 e 31 de Janeiro.

Na reunião de negociação, dia 13, os representantes da administração voltaram a não apresentar propostas relativamente às reivindicações que estão colocadas.

Para a Comissão Negociadora Sindical da Fiequimetal, isto comprovou como a administração, de reunião em reunião, vai demonstrando o seu incómodo com o tema da valorização profissional dos trabalhadores.

Ao insistir em que se trate da tabela salarial, a administração continua a não assumir as suas responsabilidades no problema das admissões recentes em BR (bases remuneratórias) superiores às de trabalhadores com mais anos de experiência, mas que têm tido as suas carreiras estagnadas.

A administração não pode vir agora, à pressa, agitar a tabela salarial (propondo valor de aumento somente à BR2, deixando as restantes em incógnita) e o protocolo de carreiras, para recusar a exigência dos trabalhadores.

É esta exigência – valorização das carreiras profissionais e da antiguidade, reposição da justiça laboral – que motiva o prolongamento, por todo o mês de Janeiro, da greve iniciada a 1 de Dezembro.

Em concreto, reivindica-se da EDP:

— Atribuição de duas BR aos trabalhadores abrangidos pelo ACT 2014 e que não tenham sido admitidos acima da BR de entrada do nível respectivo;

— Atribuição de uma BR aos trabalhadores provenientes do ACT 2000;

— Atribuição da remuneração por antiguidade a todos os trabalhadores que a não recebem.