Nos próximos dias, comemora-se os 50 anos sobre o dia em que os militares saíram num primeiro momento da EPC de Santarém, para alter,ar o regime que vigorava em Portugal. Este regime tinha sido “legitimado”, igualmente por militares, após a intervenção em 1926 e que, após 2 anos de governo militar, entregou os destinos da governação a civis. Também é importante recordar que esta intervenção foi impulsionada por 16 anos de instabilidade constante de governação republicana, despoletada, num primeiro momento, pelo regicídio de 1908, e seguida pelo golpe de 1910. Posto isto, estamos, pelo menos desde o início do Séc. XX, com alterações de tipos e formas de governação.
No entanto, não seria importante olhar para a história e perceber que haverá sempre algumas coisas boas que se deve retirar, seja para não repetir erros, seja para promulgar ou renovar boas medidas? Apesar de, o regime que vigorou entre 1928 e 1974, não permitir a livre existência de oposição, muitas políticas eram pensadas a médio e longo prazo para Portugal. A título de curiosidade, o SNS (que o PS tanto gosta de se autoproclamar de “pai”) teve a sua origem num sistema já existente, em que disponibilizava médicos nas Casas do Povo, para a população, logo não era uma coisa nova, mas sim melhorada, ampliada e apelidada. É esta ausência de muitas vezes pensar primeiro no País e só depois na ideologia, que nos tem levado a ciclos de estagnação e retrocesso nas condições e progressos alcançados.
Em todos os regimes existe um princípio, um meio e um fim. Neste atual regime, estaremos no meio ou no fim? Se estamos no meio, ainda estamos a tempo de corrigir muita coisa, mas se estamos num “fim de regime”, impõe-se a questão, que regime irá iniciar-se?
João Vinagre – CDS Almeirim