Mara Pimenta, é hoje, a única e exclusiva Cavaleira Tauromáquica no Concelho de Almeirim. Mara Pimenta tem hoje 28 anos de idade, começou a montar a cavalo com 10 anos de idade, e com 13 anos de idade, teve o seu primeiro Mestre, o Cavaleiro Luís Rouxinol, vivendo depois 4 anos em Puebla Del Rio, aprendendo com Diego Ventura. Tirou a prova de Praticante em 2017 na Praça de Toiros de Alcochete, teve Alternativa marcada para 2020, na Praça da sua terra, na Arena D’Almeirim, mas a pandemia do Covid-19, alterou a mesma para data futura. Essa data futura aconteceu a 2 de abril de 2023 na Arena D’Almeirim com praça esgotada. Recebeu a Alternativa das mãos do seu primeiro professor, Luís Rouxinol, tendo como testemunhas Ana Batista, João Moura Jr., Marcos Bastinhas e Francisco Palha, lidando um toiro da Ganadaria Passanha, efetuando uma lide de triunfo e começou a escrever, com letras de ouro, a sua história de Cavaleira Tauromáquica, tendo, contudo, concluindo a sua licenciatura no Instituto Superior de Línguas e Administração.
No regresso à Arena D’Almeirim, na Corrida das Vindimas, no próximo dia 20 de setembro, vamos ter uma Mara Pimenta em grande momento?
Eu penso que sim, vou dar tudo por isso e acho que estou numa boa fase da minha carreira, o meu primeiro ano de alternativa e, sem dúvida, que me sinto muito “ilusionada” com muitas ganas de voltar à minha terra com o público da minha gente e espero que corra tudo bem.
Desde a sua estreia, em 2012, no Redondo, que acompanho as suas temporadas Tauromáquicas. Fale-nos das mesmas temporadas ante, e, depois da Alternativa.
É uma grande diferença desde o nosso inicio até atingir esta fase da nossa carreira, em primeiro de tudo, é um momento de evolução, tanto pessoal como profissional, penso que a Mara de hoje não é a Mara de iniciante, de amadora, de cavaleira ou praticante.Também tive muitos anos de praticante, penso que é todo um crescimento, uma fase onde faz de nós toureiros/pessoas com uma personalidade própria mas um bocadinho especial se assim posso dizer.
Descreva-nos o que representa para si o regresso à Arena D’Almeirim, depois de, na mesma, ter tomado a Alternativa um ano e meio antes.
É um momento muito feliz, é sem dúvida um momento muito feliz, vai ser uma noite que não vou esquecer, vai ser o meu regresso depois da minha Alternativa, é sem dúvida uma grande responsabilidade, mas também acho que vai ser uma noite muito emotiva para mim depois da receção que tive na minha Alternativa e espero poder dar o melhor de mim.
A paixão pelo Toureio a Cavalo vem de família ou apenas como pura naturalidade?
Vem de família, vem de mim, cresceu comigo e morrerá comigo, é uma coisa que não se explica não é de família, mas espero que um dia seja.
Como Cavaleira Tauromáquica, tem certamente os seus “Ídolos”. Em caso afirmativo quem são e fale-nos deles.
Tenho vários, temos muitas figuras no Toureio a Cavalo. Para mim, sem dúvida, em Portugal o meu Padrinho de Alternativa Luís Rouxinol, tenho António Ribeiro Telles com um toureio clássico, João Moura, João Moura Caetano, João Moura Jr., poderia passar a tarde a menciona-los, Marcos Bastinhas. A nível Mundial Diego Ventura sempre!
Como mulher, o que acha das mulheres, Cavaleiras Tauromáquicas, no mundo dos toiros?
Acho essencial um bocado de arte feminina neste mundo, acho que, sem as mulheres, nada tem sentido e o Toureio é igual. Sou fã da Ana Batista, tive o prazer de poder ter a Ana como Madrinha também da minha Alternativa, mas penso que, hoje em dia, pelo menos eu falo por mim, sinto-me muito acarinhada pelo público e, apesar de também já sentir exigência igual que os homens, mas sem dúvida que acho essencial as mulheres na Tauromaquia, tanto no público e na bancada, hoje em dia, acho que é uma coisa que não devemos deixar morrer, já que somos poucas acho que é uma coisa que devemos reforçar e que eu faço questão de reforçar em que um dia mais tarde eu possa estar a ver uma corrida e ver que há mulheres que seguiram o meu caminho.
Sabemos que toureia toiros de qualquer Ganadaria. O que acha dos toiros da Ganadaria Manuel Veiga?
Acho que cada toiro é um toiro, sendo que, da Ganadaria Veiga, nunca toureei, mas será a primeira vez. Acho que é uma ganadaria que pode trazer um triunfo ou não, mas, quem sabe.
A Arena D’Almeirim foi, é e será sempre um ex-libris para Mara Pimenta. O que acha do Cartel da Corrida do dia 20 de Setembro?
Acho que está um Cartel muito bem rematado, com muita categoria, aliás, o Maestro Rui Bento tem um dom para montar os cartéis e, principalmente, aqui em Almeirim e tem se notado, com certeza, a praça tem esgotado em qualquer espetáculo e é um muito bom trabalho do Maestro Rui Bento, apesar desta para mim ser mais especial porque é a minha terra penso que o público vai aderir e o Cartel está muito bem rematado.
Sabemos que todos os toureiros têm momentos bons e outros menos bons. Fale-nos dos bons e menos bons momentos que teve durante a sua carreira de Cavaleira Tauromáquica.
É como na vida, temos sempre os nossos momentos bons e menos bons, não gosto de dizer maus momentos porque maus momentos são outras coisas que eu posso dizer que nunca vivi, agora momentos menos bons todos temos seja como pessoa como Toureiro, ou seja já tive fases no inicio que foi muito difícil de entrar, depois começaram-se a abrir algumas portas onde penso que fui agarrando oportunidades e talvez também por ser mulher, e na verdade, tinha uns cavalos muito bons na altura que eu me lembro, o Girassol e o Guaraná que me abriram portas e tive momentos menos bons, como por exemplo, a perda desses dois cavalos que eram essenciais na minha Quadra, eram cavalos que tê-los ali à porta para mudar de cavalo era sem dúvida uma segurança e quando os perdi foi muito mau, recordar faz parte, mas sem dúvida que foi um momento que me marcou, o resto acho que não são maus momentos são situações que temos de saber lidar com elas e tornar esses momentos menos bons em momentos banais.
Quer deixar aos aficionados alguma mensagem para irem ver a Mara Pimenta na noite de 20 de Setembro, na Arena D’Almeirim?
Quero convidar todos os aficionados e, em especial, a minha família e os meus amigos, a minha gente da minha terra a estar presente no dia 20 de Setembro pelas dez da noite nesta minha terra, nesta Praça tão especial onde vivi já momentos tão bonitos e onde espero ter mais uma grande noite.