Com abertura oficial agendada para as 15 horas de 19 de outubro, a 11.ª edição Bienal de Coruche é marcada pela diversidade artística e pela reflexão sobre a identidade e os desafios do território.
Precisamente vinculado ao tema “Território”, o evento reúne criadores de múltiplas disciplinas artísticas num programa que convida o público a experienciar a Arte contemporânea em pleno diálogo com a comunidade e com os lugares do Concelho.
De 30 de setembro a 3 de novembro, a Bienal propõe um vasto programa de atividades que inclui exposições, performances, oficinas e visitas guiadas, tendo como pano de fundo os valores da Arte, a memória coletiva e as questões sociais e ambientais contemporâneas. O evento é dinamizado em múltiplos espaços da Vila e do Concelho, estabelecendo uma relação simbiótica entre as criações artísticas e o património cultural e natural da região.
A Bienal de Coruche 2024 já arrancou com as Residências Artísticas, que decorreram de 30 de setembro a 13 de outubro, ao longo das quais 10 artistas exploraram e criaram obras que, inspiradas no território e na sua envolvência, desaguam, a partir de 19 de outubro, em espaços expositivos no Museu Municipal e no Pavilhão Multiusos.
A Bienal dá desde logo também destaque, em diversos espaços de Coruche, às obras criadas no âmbito das “Envolvências Locais”, que promovem a participação de artistas, escolas, associações e outras entidades na criação de projetos colaborativos como o “Salão Arbóreo”, “A Árvore” (Escola Profissional de Coruche) ou a “Floresta”, não esquecendo a iniciativa “Um Poema no Território”, dinamizada pela tertúlia de poesia “um poema na vila”.
Também em evidência de 19 de outubro a 10 de novembro, na Galeria do Mercado, as exposições “Territórios” (mostra coletiva de fotografia no âmbito do projeto Envolvências Locais), “Ofício do Carvão” (instalação fotográfica desenvolvida pela ESELx) e “Diários de Coruche” (vídeo documental de Sérgio Braz d’Almeida), que exploram as raízes culturais e históricas da região, oferecendo uma visão introspetiva e crítica sobre a relação entre Arte e vivência comunitária.
De 30 de setembro a 3 de outubro aconteceu ainda na Casa do Furo, junto ao Pavilhão Desportivo, a ação de pintura de Arte urbana “A Esquina”, pelo artista Magriço, que desenvolve trabalho e pesquisa estética em torno das relações entre o simbólico, o imaginário e o real.
A cerimónia oficial de abertura da Bienal de Coruche, marcada para as 15 horas de 19 de outubro, no Museu Municipal, promete seguir o itinerário das obras resultantes das Residências Artísticas e de outros projetos inseridos no circuito expositivo. O público é convidado a percorrer diversos pontos da Vila numa viagem pontuada por intervenções artísticas que cruzam a tradição e a contemporaneidade, com passagem por locais emblemáticos como o Museu Municipal, o Parque do Sorraia, a Galeria do Mercado, a Casa do Furo e o Pavilhão Multiusos.
Ainda a 19 de outubro, às 17 horas, tem lugar no Pavilhão Multiusos a performance aérea “Voar mais alto que os pássaros”, dinamizada por Tatiana Nozes, professora de Dança e Acrobacia Aérea. À atuação, que propõe momentos de intensa expressividade, segue-se um concerto da Sociedade Instrução Coruchense, que interpreta “Sinfonia n.o SIC”, da autoria do artista residente José Eduardo Rocha.
O caráter inclusivo da Bienal é reforçado por um conjunto diversificado de oficinas e atividades interativas que convidam o público a envolver-se ativamente no processo criativo, caso de Antónia Labaredas, artista residente da Bienal, que promove na manhã de 20 de outubro um percurso por “A Rota Antifascista”, título do seu projeto, que sinaliza e traz à memória os esforços de inúmeras pessoas em nome da liberdade numa área do Concelho que, antes do 25 de abril de 1974, foi palco de encontros clandestinos da luta dos trabalhadores.
Antónia está ainda no Pátio do Museu Municipal a 1 e 2 de novembro a desenvolver os workshops de cerâmica “Forno de Papel”. Destaca-se também, a 20 de outubro, o workshop de tecelagem em papel dinamizado no Pavilhão Multiusos por Margarida Marques e as oficinas de pintura de azulejos novamente conduzidas por Antónia Labaredas, que terão lugar na Escola Básica do Couço a 24 e 25 de outubro, promovendo a Arte como veículo de expressão intergeracional.
Ainda no capítulo das oficinas a decorrer no Pavilhão Multiusos, evidenciam-se também os workshops “Stop Motion”, dinamizado a 26 de outubro por Sandra Henriques para crianças dos 6 aos 12 anos; “Robots que Desenham”, dirigido por André Banha e Carmo Moser, em que crianças dos 6 aos 10 anos podem explorar a criatividade, combinando Arte e tecnologia robótica de forma lúdica, e o workshop gastronómico “Produtos do Território”, com o chef Ricardo Sousa, ambos a 27 de outubro; “Lata 65”, oficinas de Arte urbana com Mistaker Maker a 30 e 31 de outubro, e mais um workshop gastronómico a 31 de outubro com o chef David Jesus para alunos da Escola Profissional de Salvaterra de Magos.
De 21 a 24 de outubro há visitas orientadas ao percurso da Bienal para o público escolar, acompanhadas pela curadoria ou por membros da organização, e na noite de 23 de outubro acontece uma visita noturna pelo circuito expositivo. As visitas orientadas ao percurso da Bienal repetem-se de 28 a 30 de outubro, pelas 10 e pelas 21 horas.
A 24 de outubro a Bienal celebra o Dia Municipal da Igualdade com duas sessões de curtas-metragens de animação do projeto “Elas Fazem Filmes”, dinamizadas à tarde e à noite no Auditório do Pavilhão Desportivo pela associação MUTIM, incluindo títulos como “ELO”, “O Homem do Lixo” e “Tio Tomás”.
O cinema terá mais momentos altos, como a projeção de “Mar Infinito”, da autoria de Carlos Amaral, a 26 de outubro, e a sessão de curtas e conversas com realizadores a 1 de novembro, no Auditório do Pavilhão, na qual o público tem oportunidade de interagir com os criadores dos filmes “Flumen” (Frederico Cordeiro Ferreira), “Never Ending” (João Alves) e “Entre Margens” (Miguel Canaverde). “Flumen” será novamente exibido a 31 de outubro para o público escolar.
Ainda a 26 de outubro, com ponto de encontro na Praia Fluvial, acontece a caminhada performativa e workshop “Caminha para um Lugar de Força”, dinamizada por Sara Anjo, e, na tarde de 1 de novembro, é inaugurada a XL Edição da Feira do Livro de Coruche no Pavilhão Multiusos.
A 2 de novembro o chef David Jesus propõe um momento gastronómico já perto da hora de almoço. Pelas 17 horas, também no Multiusos, a Bienal promove a conversa “Territórios não Cartografados” – diálogos moderados pelos curadores em torno da produção artística em contextos periféricos, com João Delgado, José Severiano Teixeira, Mário Câmara Caeiro, Paulo Pires e Virgínia Fróis. Debatendo a importância da criação de meios e espaços para laboratórios criativos, bem como a sua relação com as comunidades, a discussão visa estabelecer pontes de reflexão sobre a criação e a produção artística em contextos não urbanos. A programação de 2 de novembro encerra às 21h30, no Pavilhão Multiusos, com a banda Laefty Lo num espetáculo musical com oficina de danças tradicionais europeias.
A Bienal de Coruche 2024 despede-se a 3 de novembro. Com início às 17h30, a sessão de encerramento prevê o lançamento do catálogo oficial do evento e a atuação a solo, acústica e intimista de Tiago Sami Pereira, que se dedica ao estudo e ao desenvolvimento da percussão tradicional portuguesa, especialmente focado no bombo.
A atuação assinala o fim de um ciclo de intensa criação e partilha artística que marca o território e a comunidade numa edição que não apenas celebra a Arte, mas que se afirma como importante plataforma de diálogo cultural, social e ambiental. Combinando exposições, performances e atividades participativas, o evento promove a Arte como um meio de reflexão sobre o território e as suas dinâmicas, destacando o papel das expressões artísticas na valorização das comunidades locais.