Almeirim é uma cidade atrativa em várias vertentes. Porém, carece da valorização da sua rica história, promovendo outras formas de turismo que vá além da Sopa de Pedra.
Infelizmente, grande parte dessa história é, atualmente, Património Imaterial, apenas preservada nas memórias e tradições orais e escritas dos Almeirinenses.
Quem nos visita não sabe que aqui foi o centro político do séc. XVI, e onde teve lugar as Cortes de 1580, de triste memória para Portugal. Aqui morreu e esteve sepultado um rei durante vários anos. Aqui localizou-se um convento dominicano que foi objeto de favores reais e de que hoje pouco resta.
Perto da cidade há ruínas de um palacete de caça que está desprezado. Na cidade não estão valorizados os poucos vestígios materiais que ainda restam. Junto ao Jardim da República, existe uma estrutura que terá pertencido ao antigo Paço. Diz-se, popularmente, que seria um túnel de fuga e há quem defenda que é uma estrutura relacionada com o escoamento de águas residuais. Independentemente do que seja, foi a CDU que, durante as obras naquela rua, lutou para que aquele bem fosse valorizado, e não escondido. Hoje precisa de manutenção, e de ser estudado, para que possa ser um ponto de interesse para quem nos visita, em articulação com outros elementos históricos naquela zona.
É urgente valorizar, preservar, requalificar e sinalizar estes nossos locais históricos, pois eles também são parte da nossa identidade. É urgente, para que as gerações futuras não se esqueçam!
Artigo de opinião da autoria de Ana Monteiro