Sempre que nos deparamos com eventos climatéricos extremos, rapidamente se avalia as acções tomadas desde do evento anterior. Mas, mais rapidamente se percebe que, foi esquecido e que algo mais deveria ter sido feito. Estamos a passar novamente por um período apelidado, à muito por “época dos fogos”, que nada é mais que o verão onde por, acontecimentos climatéricos ou intervenção humana (por falta dela ou por interesse), os incêndios surgem. Noutros tempos, parece que havia gosto em ter-se os terrenos cuidados e ordenados, sejam eles particulares ou públicos, pois esse “simples” acto levava a um melhor e mais eficiente controlo da grande maioria dos acontecimentos.
Porém estes cuidados também eram visíveis aquando das trovoadas, mais fazia a retenção de águas e solos, a conservação e manutenção de toda fauna e flora. Apesar de os governos, após acontecimentos extremos, anunciarem sempre grandes investimentos para prevenção, controlo e intervenção, e de aparentemente haver mesmo o gasto dessas verbas, o certo é que nos acontecimentos há sempre falhas incompreensíveis.
Nos últimos 20, 30, 40 ou 50 anos, a grande maioria das medidas anunciadas tem sempre como objectivo final, as eleições, nunca o bem-estar e o futuro do povo. Não se projecta, quase nada, para que seja prolongada no tempo, e que esse tempo por um lado é curto (pois já ontem fazia falta), mas por outro é longo (pois ao ser pensado e executado para o bem comum, os frutos aparecerão).
Temos o exemplo da Barragem do Alqueva, projectada para irrigar pelo menos o Alentejo, com todas as suas ligações, mas por ter sido projectada no anterior regime levou muitos anos a ser erguida. Ainda assim, não na sua plenitude. Ano após ano, nos deparamos com acontecimentos extremos, que dever-se-ia aprender e corrigir, melhorar e intervir, para que no próximo, o impacto possa ser o menor possível, pois terá havido trabalho feito. Mas, é sempre mais do mesmo!
Artigo de João Vinagre, CDS Almeirim, publicado na edição de 15 de julho.