Juntamos Helena e Ricardo Oliveira, tia e sobrinho, que representam o negócio de família. Foi o “Senhor Henrique do Forno” que iniciou o projeto há 25 anos e a Quinta da Feteira está com energia para mais um quarto de século.
Como é que surgiu este projeto e este desafio?
Helena Oliveira – Este projeto teve início com o meu pai, que abriu o restaurante O Forno, em Almeirim, em 1982. Uns anos mais tarde, começou a sentir necessidade de ter um espaço maior para poder realizar outro tipo de eventos e começou a construir a quinta nesse sentido.
Quem, há 25 anos, pensou num espaço como este foi visionário?
Helena – Sim. Ele teve uma grande visão em fazer um espaço que tivesse capacidade para receber um número tão grande de pessoas e proporcionar um ambiente agradável onde pudessem realizar os seus eventos.
Como é que surgiu a ideia dele? Pensou primeiro em Almeirim?
Helena – Ele, inicialmente, realizou alguns casamentos e batizados na sala do primeiro andar do restaurante e, a dada altura, sentiu a necessidade de ter um espaço maior, visto que não tinha capacidade para grandes eventos. Como a minha mãe tinha aqui uma parcela de terreno, ele comprou mais à volta e começou então a construir a quinta.
Ainda se lembra, por exemplo, do primeiro grande evento aqui?
Helena – O primeiro evento foi um casamento em julho de 1997 de pessoas conhecidas do meu pai.
Quais foram as maiores dificuldades ao longo destes anos?
Helena – Não sendo uma dificuldade, penso que ter de acompanhar todas as mudanças que surgiram nos últimos 25 anos foi o mais desafiante, pois o nosso espaço é muito grande e cada mudança que façamos é sempre algo muito complexo.
Como é que correram estes 25 anos?
Helena – Talvez os primeiros quinze anos com maior facilidade e os últimos dez, com todos estes acontecimentos e com as crises, um pouco mais difíceis. Principalmente os últimos dois anos, com a pandemia, não foram fáceis porque estivemos fechados e sem conseguir trabalhar.
No entanto, com muita persistência e vontade, damos continuidade ao projeto iniciado pelo nosso pai, prevendo um futuro promissor e com algumas ideias inovadoras em mente.
E é um setor em que o negócio é diferente e peculiar…
Helena – Sim, o nosso setor é muito exigente, tanto na carga horária como no trabalho em si, uma vez que os eventos que realizamos são sempre totalmente personalizados e únicos, sendo sempre adaptados às necessidades e preferências dos nossos clientes.
Foi do Sr. Henrique, seu pai, avô do Ricardo, portanto já vamos, pelo menos, em três gerações.
Helena – Exatamente e o Ricardo há anos que também vinha aqui aos fins-de-semana.
Ele literalmente cresceu aqui, não?
Helena – Sim, o Ricardo cresceu aqui. Nasceu em 1998, um ano após abrirmos a quinta, depois começou também a colaborar connosco e agora está a trabalhar aqui a tempo inteiro.
A pandemia teve um impacto brutal porque encerrou estes espaços…
Helena – A pandemia teve um grande impacto na nossa empresa, pois fomos obrigados a interromper a nossa atividade por vários meses, não conseguindo realizar qualquer tipo de receita. No entanto, mesmo com todos as dificuldades sentidas, conseguimos sempre manter os nossos colaboradores, o que nos deixa extremamente orgulhosos.
E muita gente que na altura quis casar e não pôde agora também poderá haver um grande volume de trabalho?
Helena – Sim. Nós em 2022 recebemos eventos que ficaram por realizar no ano 2020 e 2021 e esperamos que 2023 também venha a ser positivo.
Este é um espaço que não serve só para casamentos, mas que também tem a possibilidade de acolher eventos um pouco de todo o género, correto?
Ricardo – Claro que sim, também realizamos batizados, jantares de empresas, festas de aniversários, festas temáticas, almoços de convívio, entre outros tipos de eventos.
Como temos três salas, espaço ao ar livre e uma sala pequena com jardim privado isso permite-nos realizar eventos diferentes e em simultâneo.
Lembras-te de dares aqui os primeiros passos ou já não tens memória disso?
Ricardo – Sim, eu acabei por crescer um bocadinho aqui no meio dos eventos com os meus primos mais novos. Nós íamos crescendo e vendo os eventos, sem nos apercebermos bem de como é que isto funcionava. Era engraçado porque víamos muita gente, uma cozinha enorme a trabalhar de manhã à noite, mas nem tínhamos noção da complexidade do trabalho que havia para fazer. Mais tarde, acho que talvez a partir dos 17 ou 18 anos, comecei a trabalhar na zona do bar, mas como conhecia os cantos à casa e sempre gostei muito de cozinha, conseguia sempre ajudar noutras zonas. Por fim, acho que foi algo natural e gradual, em que agora já estou a tempo inteiro e noutras funções.
As tias nunca “ralharam” de ires à cozinha tentar rapar o tacho do arroz doce ou outra coisa?
Ricardo – Não (sorrisos), mas às vezes é uma tentação. Com este tipo de eventos e, especialmente nos casamentos, há sempre algo que uma pessoa tem sempre que “picar”.
Quem estiver com interesse em marcar um evento, seja empresa, um jantar, um almoço, poderá ainda ir a tempo de vos contactar?
Ricardo – Sim, claro que sim. Neste momento estamos a receber muitos pedidos de orçamentos, jantares de natal, batizados, mesmo casamentos para o ano que vem e vêm sempre a tempo. As datas estão a ficar curtas este ano, o que é normal, mas para o ano ainda temos algumas.
Qual é o melhor elogio que podem dar ao vosso espaço e ao vosso serviço?
Helena – As pessoas terem ficado satisfeitas com o nosso serviço, ou seja, que tenham conseguido passar um momento feliz.
Ricardo – Às vezes só umas simples palavras, como por exemplo, “adorámos, estava tudo bom” no final da noite, é o suficiente. Costumamos ouvir isso muitas vezes e ainda bem, porque também todo o nosso esforço é para que realmente as pessoas possam ter aqui momentos únicos. Mesmo que para nós acabe por ser mais um casamento, pois existe uma altura em que todas as semanas temos esse tipo de evento, nós tentamos dar sempre o nosso melhor, porque sabemos que esse dia, para aquelas pessoas, é muito especial e irá ficar marcado para sempre nas suas memórias.
Eu vi na vossa página alguém que tinha casado aqui há 25 anos e que agora veio comemorar há poucos dias aqui as bodas de prata. Isso também é gratificante?!
Helena – Claro que sim, é gratificante que os clientes nos voltem a escolher 25 anos depois para celebrarem um momento tão especial nas suas vidas, o que reflete a confiança e reconhecimento do nosso trabalho.
Este ano estamos de regresso às festas de Réveillon, já estamos aí a preparar a festa para o dia 31 de Dezembro?
Ricardo – Sim, já estamos em contagem decrescente e com o programa publicado nas nossas redes sociais.
Sem querer antecipar aquilo que será uma noite com algumas surpresas, o que é que já se pode revelar daquilo que ser o vosso Réveillon?
Ricardo – O nosso Réveillon este ano tem uma novidade, pois sentimos necessidade de trazer algo que ainda não tínhamos feito, que é ter uma sala com dj para tentar alargar e diversificar a nossa oferta. Penso que essa é a grande novidade deste ano.
Isto é influência do mais novo na estrutura?
Helena – Sim, é também influência do Ricardo.
É importante esta riqueza de contributos porque estamos menos despertos a estas novas tendências?
Helena – Sim, os mais novos têm ideias diferentes e isso é sempre uma mais-valia para o nosso negócio.
Por outro lado, é uma responsabilidade…
Ricardo – É uma responsabilidade e é isso que me faz crescer dia após dia.
Irei trazer sempre ideias inovadoras e que possam melhorar o nosso serviço ou espaço e penso que isso, aliado à grande experiência das minhas tias na área, será sempre uma vantagem que teremos.