As estórias que começam por “era uma vez” costumam ter um fim feliz, mas não é o caso da estória da tília do cemitério de Almeirim!
Devem ser raros os almeirinenses, em idade adulta, que não se lembram da frondosa tília que existia logo à entrada do cemitério, junto à capela. À sua sombra os mais idosos descansavam e conversavam nas idas às campas dos entes queridos e os seus ramos do sol protegiam as pessoas nas cerimónias fúnebres. A tília centenária era património de todos os almeirinenses!
Foi por estas razões que, em 2009, o Partido Ecologista Os Verdes tomou a iniciativa de solicitar a sua classificação, como Árvore de Interesse Público, junto da Autoridade para a Floresta Nacional, não sem que muito antes, em 2006, as suas eleitas no quadro da CDU (Sónia Colaço e eu própria) não tivessem tentado, em vão, que a iniciativa partisse da Assembleia e da Câmara Municipal de Almeirim.
A classificação atribuída deveria ter merecido o melhor acolhimento de todos os eleitos tal como o foi pela população, mas assim não aconteceu!
A maioria absoluta do PS (Almeirim) trancada a qualquer proposta vinda de outros horizontes políticos, recebeu a classificação como uma ameaça política e “declarou guerra à Tília”. Guerra que ditou a sua morte! Sucederam-se as intervenções danosas como as podas inapropriadas que geraram ataques de fungos, nunca devidamente combatidos, e que fragilizaram a tília perante ventos fortes.
Em Almeirim não foi um raio que fulminou a tília, e com ela também um património comum dos almeirinenses, foi a ira política do PS. É triste!
Manuela Cunha – CDU Almeirim
Artigo de opinião publicado na edição impressa d’O Almeirinense de 15 de maio.