Foi apresentada no dia 31 de outubro, Dia do Município de Coruche no Espaço CIMLT do Festival Nacional de Gastronomia, em Santarém, a mostra enogastronómica “Comer de Carne” – demonstração singular de um dos mais tradicionais manjares coruchenses que, a 11 e 12 de novembro, é preparado com saber gastronómico e genuinidade únicos em quatro restaurantes e três quintas locais aderentes.
Os restaurantes coruchenses O Farnel, Ó Manel, Sabores de Coruche e Fonte de Pau prometem elevar a experiência dos comensais à essência memorial de Coruche com Comer de Carne e vinhos de excelência. Também a Quinta Grande, a Quinta de Santo André e a Quinta da Arriça oferecem experiências únicas e imersivas na tradição apaixonante de Coruche. Showcooking em pleno Vale do Sorraia, vinhos, produtos locais e gastronomia autêntica unem-se à celebração do Dia Mundial do Enoturismo num momento imperdível de divulgação da cultura, do património e das tradições que marcam a mais apetitosa herança de Coruche, onde “comer” é substantivo.
Por ocasião da programação do Dia do Município de Coruche no Festival Nacional de Gastronomia, Joaquina Gaudêncio, experiente cozinheira de São José da Lamarosa, deu o mote para o lançamento da mostra enogastronómica “Comer de Carne” (https://www.comerdecarne.pt), que, a 11 e 12 de novembro, celebra a tradição, a autenticidade e os produtos únicos do território numa experiência culinária singular na qual se destaca a herança gastronómica da região.
Susana Cruz, vereadora da Câmara Municipal de Coruche, apresentou a iniciativa, cujo programa de dois dias tem início a 11 de novembro nos restaurantes O Farnel, Ó Manel, Sabores de Coruche e Fonte de Pau, que celebram a tradição com Comer de Carne no menu ao almoço e ao jantar. Em paralelo, a Quinta Grande promove, das 10 às 15 horas, uma sessão de showcooking com Afonso Vilela, não esquecendo o Comer de Carne, o
artesanato e o folclore numa experiência de descoberta que se estende à charneca ribatejana, em pleno Vale do Sorraia. Também a Quinta de Santo André organiza, das 9 às 10 horas, uma visita à adega, com prova de vinhos e degustação de produtos locais.
A 12 de novembro o programa coincide com o Dia Mundial do Enoturismo. Os quatro restaurantes aderentes estão novamente de portas abertas, tal como a Quinta da Arriça, que pode ser visitada, bem como a adega, das 11h30 às 15 horas, havendo prova de vinhos, Comer de Carne e folclore. “Autenticidade e Tradição” é o tema na Quinta da Arriça, lugar fundeado na tradição dos vinhos autênticos, produzidos com paixão. Já o programa da Quinta de Santo André acontece das 16h30 às 17h30 – nova visita à adega com prova de vinhos e degustação de produtos locais.
Coruche preza e testemunha a gastronomia local autêntica que ecoa as tradições enraizadas na comunidade. O “Comer de Carne” é um desses exemplos, um prato que transcende o conceito de mera refeição, tornando-se um símbolo da ligação profunda à herança gastronómica da região. Muito mais do que uma simples receita, é um testemunho gastronómico de respeito pela tradição que perdura por gerações, uma revelação da alma do território, onde as raízes da comunidade rural estão entrelaçadas com sabores e aromas únicos. Cada garfada é uma viagem no tempo, levando os comensais a uma jornada da história de Coruche.
Com significado profundo para os coruchenses, a iguaria é intrínseca à identidade da região e à vida quotidiana das gentes; um exemplo notável de como a culinária pode ser manifestação de cultura e tradição, e símbolo da coesão da comunidade e da importância da preservação de valores culturais.
Também conhecido como “Sopas de Carne”, o prato é uma celebração de sabores genuínos que resistem ao teste do tempo. A mostra enogastronómica é uma oportunidade imperdível de imergir em Coruche pelo paladar e a garantia de que os produtos locais de qualidade são preservados e apreciados.
A preparação do prato envolve técnicas e ingredientes passados de geração em geração. A cocaria era o conjunto de panelas de barro em lume de chão, onde se confecionava o Comer de Carne pela mão da coqueira de serviço (cozinheira). A comida era cozinhada nas cocarias, em panelas de barro, dispostas em cordões que ladeavam os grandes lumes. As panelas colocavam-se com as barrigas encostadas às brasas. Antes de iniciar o dia de trabalho cada trabalhador colocava uma tigela ou um cartucho com a mistura para o seu jantar (a refeição do meio dia). Este método rural de cozinhar em lume de chão garante uma sapidez única devido à equação de tempo de cocção, calor lento e recipiente fechado. É esta a origem do “Comer de Carne”.
Hoje, cada família, restaurante ou cozinheiro local adiciona o seu toque único à
receita, tornando-a uma experiência gastronómica diversificada e rica em nuances, o que demonstra a vitalidade da tradição e o seu potencial evolutivo. Hoje, o Comer de Carne está nos cardápios dos restaurantes locais, servido como homenagem às raízes da comunidade, estimulando memórias afetivas e sensoriais que se reeditam em experiências inesquecíveis, perpetuadas na mostra enogastronómica “Comer de Carne”, cuja primeira edição acontece já a 11 e 12 de novembro.