No mês de outubro, o Jornal O ALMEIRINENSE teve acesso a uma fatura de 27 510 euros de água por pagar numa casa e quinta, na zona de São Roque, na cidade de Almeirim.
O proprietário diz que, “supostamente, diz respeito ao período de cinco anos de prestação do serviço essencial de fornecimento de água”.
Acrescentando que se trata de uma “situação insólita, durante o referido período, sempre efetuamos o pagamento daquilo que foi faturado. E, por isso, esperávamos que tudo estivesse regularizado.”
O dono da propriedade sublinha que estão “dispostos a chegar uma resolução, por consenso, pois, o fornecimento de água está diretamente relacionado com a dignidade da pessoa humana, que não se compadece de negligências, dolos ou estratégias económicas ou financeiras.”
O nosso jornal contactou a empresa Águas do Ribatejo que explica que, “durante um largo período de tempo o acesso ao contador, para efeitos de leitura, foi impedido e /ou inviabilizado. Assim, a faturação emitida durante esse período foi efetuada por estimativa, tendo por base leituras reais anteriores que, certamente, corresponderiam a períodos em que o imóvel não estaria habitado (já que eram consumos muito baixos). Para além das faturas conterem a informação de que se baseavam em estimativas, é nossa convicção de que os proprietários / residentes, ao receberem faturas, em média, de 10 ou 11 euros, face ao número de pessoas abastecidas e ainda outros consumos (como sejam os animais) certamente perceberiam que os valores faturados ficavam muito aquém do real…”
Numa nota enviada por escrito, a empresa que abastece o concelho adianta ainda que “quando, finalmente, foi possível aceder a este contador, registou-se um consumo real, face à leitura anterior, de 5.987 m3 (cinco mil, novecentos e oitenta e sete metros cúbicos), o que corresponde a 5.987.000 litros de água.”
Depois disto foi emitida a fatura correspondente ao acerto entre o consumo estimado e o consumo real.
“De sublinhar que aquele volume de água foi, efetivamente, consumido, quer seja pelas várias pessoas que ali residem, quer seja pelos animais, quer seja por qualquer outro tipo de consumo. Posteriormente, devido ao atraso no pagamento de faturas, foi efetuada a suspensão do abastecimento, tal como sucede para qualquer outro cliente”, menciona a Águas do Ribatejo.
A empresa revela ainda que o primeiro corte efetuado foi violado, ou seja, após a primeira suspensão do abastecimento, o selo do corte foi violado e o abastecimento reposto sem autorização da Águas do Ribatejo. Esta circunstância obrigou a empresa a realizar nova intervenção, para assegurar a efetiva suspensão do abastecimento, no cumprimento das normas aplicáveis.
“Por último, apenas referir que, como é do conhecimento do cliente, a Águas do Ribatejo está disponível para, conjuntamente, encontrar soluções, desde que, naturalmente, as mesmas sejam equilibradas e equitativas. Aliás, muito estranhamos o timing desta ‘reclamação’, uma vez que estará já agendada uma reunião entre as partes para análise desta questão”, concluiu a empresa.