“Vítimas” da Democracia

O partido Chega! nasceu, cresceu e veio para ficar. Quer se goste…quer não… Sobretudo em tempos de campanha eleitoral, onde a visibilidade de qualquer partido político é mais projetada na vida do cidadão.

Aliás, o Chega! é considerado por alguns comentadores de “renome”, políticos e meios de comunicação social uma aberração na nossa Democracia desde a sua criação. Para estes, o partido nunca fez nada bem e nunca fará porque tem como objetivo, segundo os mesmos, a destruição da Democracia em Portugal. Aliás, o discurso basicamente pode-se resumir à lengalenga de ‘O Chega! está a crescer, se o Chega! ganhar poder vais perder todas as tuas liberdades e direitos para que tanto lutaste!’.

Hoje em dia é comum ver nos órgãos da Comunicação Social a demonização do Chega!, bem como uma campanha de ataque constante ao Partido e seus representantes e militantes. Mas, como a campanha de instigação de medo e do ‘bicho-papão’ da extrema direita não funcionou (o partido até cresceu!), iniciaram-se ataques cirúrgicos em torno de questões específicas. Este comportamento é claramente visível no desproporcional tempo de antena dado à “ameaça” e a qualquer polémica em torno do Chega! comparado com qualquer polémica/comportamento a envolver qualquer outro partido político, seus dirigentes e apoiantes.

Este comportamento vai desde a questão dos estatutos ao ataque físico a deputados em manifestações que qualquer pessoa é livre de assistir, a atos de vandalismo em sedes de concelhias, ataques físicos e insultos a militantes ou a destruição material de campanha. Isto só para mencionar alguns exemplos visto que existem, infelizmente, bastantes. Estas situações são, muitos vezes, o resultado do exacerbar/extremar de comportamentos menos dignos que resultam desse tipo de campanhas de criação de medo e ameaça ao status quo, o que é não só moralmente errada e antidemocrática, como insidiosa e perigosa. E perigosa porquê?

Porque simplesmente os partidos da Oposição tacitamente permitem este tipo comportamentos na Sociedade, em vez de os repudiarem. Comportamentos e ações que são, na sua génese, atitudes nada democráticas e até totalitárias (fascistas se quisermos usar uma palavra tão apreciada pela Oposição), mas perante os quais a Oposição se remete ao silêncio. O seu silêncio deve-se, por ventura, a duas razões: porque simplesmente é o Chega! (e como tal vale tudo porque é “extrema direita” e “antidemocrático” e porque de certeza que merece); e porque pensam que não se vai descobrir, através das redes sociais, poe exemplo, que o autor ou autores de tais atos são militantes de determinado partido democrático que diz condenar todo e qualquer ato de violência (com exceção dos praticados contra o Partido Chega!, entenda-se).

Quero deixar claro que o papel deste artigo não é o da vitimização do partido e dos seus militantes. Antes pelo contrário, é uma chamada de atenção à Sociedade em geral de que efetivamente existe nela e, em crescente número, elementos que se transformaram precisamente naquilo que acusam o Chega! de ser: extremistas, antidemocráticos, fascistas e tantos outros adjetivos pejorativos. E que agora há uma parte dessa mesma Sociedade que está atenta a esse fenómeno e que quer combater esses comportamentos repressores e totalitários de uma forma sempre democrática e nunca violenta.

António Neves Carneiro Vice-Coordenador da Concelhia do Chega de Almeirim