Terminadas todas as contagens de votos e a atribuição de mandatos de deputados em todos os círculos eleitorais, verificou novamente o “desperdício” de votos que o sistema eleitoral regente provoca. Assim, como nas legislativas de 2022, em que houve votos que não corresponderam a qualquer representante, e que também ditaram o afastamento da Assembleia da República do CDS, nestas legislativas, que tiveram maior participação, provocaram igualmente “desperdício” de votos nos diversos círculos. Também e porque fazia parte da Aliança Democrática, o CDS volta a ter representação na Assembleia da República.
Ainda assim, foi claro o afastamento dos eleitores face às esquerdas e aos seus desígnios de governação. Apesar de sempre pensar que a grande maioria dos eleitores não era de esquerda, e que caso os abstencionistas decidissem votar, a direita seria seguramente mais votada que a esquerda, e face aos movimentos de votos entre os vários partidos, temo que não tenha acontecido isso, pois os extremos tendem em tocar-se, e como tal, parece-me que foi o que aconteceu. Verificou um movimento de votos em que, aparentemente votos da extrema-esquerda deslocaram diretamente para outro partido de protesto e discurso “agradável” ao ouvido, assim como outros fizeram há 50, 40, ou 20 anos atrás. Apesar de tudo, alegra-me saber que houve menos abstenção, pois significa que a sociedade sentiu na pele as políticas dos últimos 8 anos, e quis reagir.
Agora que já temos novo Primeiro-Ministro, ainda que neste momento indigitado, é altura de constituir governo e iniciar funções de governação da máquina do Estado para o povo. Devolver a esperança de que, trabalhando, se pode melhorar de vida, sem depender de “apoios”, que na realidade nada mais é que, consequentes aumentos de impostos. E que trabalhar mais e receber mais, não pode significar mais imposto sobre os rendimentos, nem para o trabalhador, nem para o empregador. Um novo ciclo começa!
João Vinagre – CDS Almeirim