A Cultura no Concelho de Almeirim

Hoje em dia, a Cultura e o seu consumo enquanto atividade lúdica, de enriquecimento pessoal e de aumento de conhecimento, tem visto melhores dias.

Efetivamente, a definição do termo “Cultura” no Dicionário da Língua Portuguesa possui diversas entradas. No entanto, a que nos interessa define este termo como: “Conjunto das atividades e instituições relacionadas com a produção, criação e divulgação das artes e das ciências humanas…”. Neste conceito não é explicito, mas também se insere a Tauromaquia, Festas Populares, Tradições locais ou a Corrida ‘os 20Kms’ de Almeirim.

Neste campo, é de salientar que o Concelho de Almeirim possui riqueza cultural bem como Património Histórico interessante e importante. Basta fazer uma pesquisa rápida num motor de busca na internet ou visitar o site da Câmara Municipal de Almeirim para verificarmos de que não existe um “vazio” a nível de cultura no concelho. Antes pelo o contrário, é de referir que a Autarquia tem feito um excelente trabalho na criação de oferta cultural. No entanto, tendo em mente que a Cultura não é e nem poderá ser uma coisa estática tem que existir a necessidade constante de a desenvolver através da sua divulgação e do seu nível de qualidade.

Neste sentido, há que louvar o que tem sido feito pelo Executivo Municipal, através de diversos organismos dos quais se destaca, por exemplo, o Museu Municipal de Almeirim no sentido da criação de calendário de atividades anual que abranja o maior número possível de faixas etárias.

Contudo, convém reforçar a divulgação dos pontos fortes do Concelho e das suas freguesias (património histórico e não só) nesta área de forma a que Almeirim não se torne apenas no local para ir almoçar ao fim-de-semana. Existe a necessidade de continuar com uma política estruturada para a criação de oferta turística e cultural quer seja ela gastronómica ou de outra índole, de forma a se criar procura por Almeirim e suas freguesias. Não pode ser só a Sede do Concelho o centro do dinamismo que se pretende criar e desenvolver.

Tem de se apostar na divulgação e na melhoria constante daquilo que já existe e implementar novas ideias, por exemplo: incentivar a criação de estruturas e serviços ligados à área do turismo rural; melhorar e apostar em programas com Fundos Europeus com vista ao fomento da procura turística; reforçar a manutenção, aproveitamento e dinamismo dos atuais espaços culturais; fomentar o consumo de Cultura pela própria população; conceder maior visibilidade a artesãos e artistas locais; ou criar roteiros de atividades atrativos pelas freguesias.

Desta forma, será possível obter retorno económico do investimento realizado que se traduzirá no aumento da atividade e dinamismo do comércio local e atração de uma população mais jovem que, por ventura, poderá estabelecer-se no concelho contribuindo para o seu desenvolvimento.

O mais difícil já começou a ser feito pela Autarquia (tem que ser dito), a atração de empresas que pretendem investir no Concelho e nele desenvolver a sua atividade económica. Com a criação de postos de trabalho e o estabelecimento de mais gente, aquilo que é a Cultura do Concelho merece ser divulgada e promovida.

Não é necessário tornar a cidade e o Concelho de Almeirim numa “estância turística”, mas, é inegável, que existe potencial económico que ainda não foi devidamente explorado e que pode trazer retorno aos habitantes do Concelho a diversos níveis.

Como é percetível, a Cultura é apenas um aspeto de uma questão mais complexa que é o desenvolvimento do Concelho e não a sua panaceia. No entanto, é indiscutível que uma oferta cultural robusta e atrativa pode ser muito benéfica para a Sociedade, mas também um desbloqueador económico que pode abrir novas portas ao desenvolvimento do Concelho e da melhoria da qualidade e vida dos seus habitantes.

António Neves Carneiro – Vice-Coordenador da Concelhia do Chega de Almeirim