O 25 de abril faz 50 anos. Alguns dirão que são 50 anos de liberdade, mas será mesmo assim? Nesse dia, tenho a certeza de que virão, os que detestam a liberdade, bater no peito e dizer que o 25 de abril de 1974 foi muito bom e tentar-se-ão apropriar do dia como se fosse seu e só seu.
Essas pessoas que queriam que caísse uma ditadura de direita apenas para instaurar uma ditadura de esquerda têm a desfaçatez de fazê-lo, como se não se tivesse passado em Portugal um processo revolucionário, cujo fim seria conduzir-nos a uma outra ditadura. Parece que, se for ditadura de direita é mau, mas ditadura de esquerda é bom. Que disparate. Uma ditadura é sempre uma ditadura e nunca pode ser boa. Para que querem esses celebrar a liberdade quando, na prática, só queriam a mesma para se ver livre dela?
Devemos, nestes 50 anos, lembrar-nos de Francisco Sá Carneiro, Mário Soares e Diogo Freitas do Amaral que nunca cederam a essas tentações totalitárias e souberam colocar-se do lado justo da história. Do lado que nos traria a verdadeira liberdade, do lado do 25 de novembro. Por isso, é normal que os verdadeiros democratas não se esqueçam nunca que só faz sentido celebrar um dia, se se celebrarem os feitos do outro.
Mas seria de esperar que, após 50 anos, não houvesse ainda tentações de silenciar os outros. De impor a sua vontade e visão como a única certa, sendo a dos outros sempre errada. Principalmente ,quando os outros são de direita. Nesse caso pergunta-se: há mesmo liberdade? Mais do que antes do 25 de abril, de certeza, mas não no nível que esses três grandes políticos da altura, provavelmente, imaginaram. Viva a verdadeira liberdade!
João Lopes – PSD Almeirim