Indo eu, indo eu, a caminho de Benfica do Ribatejo.
Saí de Almeirim e rumei a Benfica do Ribatejo, encarnei o papel de turista, desconhecedor desta Freguesia situada no extremo do concelho de Almeirim.
Ao passar na Azeitada, pela nacional 118, existem semáforos delimitadores de velocidade. A sua existência foi uma luta desta comunidade, pois era frequente a ocorrência de acidentes nesta pequena reta por excesso de velocidade dos mais apressados.
Agora, existem semáforos intimidadores, mas os mais atentos já devem ter reparado que, independentemente da velocidade do seu veículo, os mesmos nunca mudam de cor. Sempre verdes, embora estejamos a pisar terras de Benfica.
Um pouco mais à frente chegamos a uma placa suja, diria mesmo encardida e torta que nos indica sem sentido o caminho a seguir para os Cortiçóis e Foros de Benfica.
Por toda a vila, as placas sinalizadoras estão mais ou menos no mesmo estado. Falta de atenção ou capricho levam quem desconhece a ficar desorientado.
Passei pela Igreja de Santa Marta, cujas paredes clamam por tinta. Lamentavelmente entregue a si própria.
Um pouco mais à frente, onde prometidamente deveria estar uma já lendária rotunda, mas ainda por construir, virei à direita e percorri alguns metros de estrada que embora seja uma das entradas para os Cortiçóis, está despojada de alcatrão oferecendo um verdadeiro atentado aos amortecedores do veículo em que me encontrava. Impossível desviar de um buraco sem cair noutro logo de seguida.
Numa volta pelos Foros de Benfica, muito cuidado! Alcatrão novo nas estradas, mas existe uma lomba para voltar a acariciar os amortecedores da viatura.
Descemos então a rua que ainda se chama da Fonte Branca, mas que da fonte, verdadeiramente dita, apenas restam as memórias, e deparamo-nos com um verdadeiro campo de batalha mesmo em frente da sede da Junta de Freguesia e da Casa mortuária. Parque de estacionamento, pista para eventos motores, descampado, não percebi muito bem o propósito, mas urge um destino e intervenção.
Fui então à Associação Cultural, talvez um espetáculo, um baile, algum evento a decorrer poderia ser fator de lazer. De portas cerradas, fui informado que não pode funcionar. Falta de licenças, segundo diz a população, que, nas suas palavras, também gostava de saber o que leva esta casa a ter as portas vedadas à comunidade, para quem e por quem foi construída.
Ainda me restou tempo para dar uma volta pela Azeitada, mas a primeira constatação foi que este lugar está esquecido pelo alcatrão e voltei à nacional 118, rumo a Almeirim, com esperança de ainda ter os amortecedores em bom estado.
António Nunes – PSD Almeirim