O Problema da Vala de Almeirim

Já é tempo de se abordar a questão da Vala de Almeirim que se encontra à entrada da nossa Cidade. Falo nomeadamente do eterno problema que é o jacinto-de-água que afeta parte do curso de água já mencionado.

É curioso que a mesma situação se passava em Alpiarça, mas foi definitivamente solucionada com recurso a ações de manutenção periódicas e sem recurso a pesticidas e outros produtos quimicamente nocivos para o Meio Ambiente.

Recordo uma notícia publicada no jornal “O Mirante” a 20/08/2019 onde é dito pelo o atual presidente da Câmara de Almeirim, Dr. Pedro Ribeiro, que não se iria proceder à limpeza da Vala Real, de 2015 para a frente, devido ao facto de não poder usar herbicidas e as alternativas seriam muito dispendiosas ao Município. Perante este impedimento imposto pela APA à Câmara Municipal, o Presidente assumiu erroneamente de que mais nada poderia ser feito.

Felizmente a Vala Real foi limpa novamente após a aquisição de uma embarcação que custou 115.000€, tendo o Município recebido uma comparticipação de 75.000€ vindos do Fundo Ambiental. A dita embarcação iniciou o seu trabalho com atraso, alegadamente devido à falta de formação dos funcionários que a deviam operar, com a falta de um atrelado e questões com a Agência Portuguesa do Ambiente. Tais factos podem ser confirmados na notícia publicada no periódico “O Almeirinense” a 05/06/2023. Importa mencionar que, atualmente, a dita embarcação encontra-se parada, sendo que a justificação que foi dada foi a de que os níveis de caudal não permitiam operar sem segurança.

Ora bem, não é preciso ser um ambientalista para se tentar soluções a baixo custo para este problema.

Eu próprio testemunhei, em Alpiarça, a remoção desta espécie infestante através de uma solução de relativo baixo custo que consiste no uso de maquinaria pesada, como giratórias e retroescavadoras (que certamente o Município poderá possuir atualmente), paradas a partir das margens, a recolher concentrações volumosas daquele elemento que posteriormente foi usado como material de compostagem. A vantagem desta solução é que a mesma se adequa a grande parte do traçado da Vala devido à largura diminuída em vários locais, bem como nas áreas onde não existem acessos para executar a limpeza, pois esta maquinaria pode criá-los com facilidade.

Certamente que esta solução não seria a panaceia para todos os males, mas de certeza que custaria menos que a embarcação comprada e aliviaria a atual degradação visível naquele espaço. A aplicação desta medida durante um período definido anualmente certamente produziria melhores resultados que a embarcação atualmente parada, sendo que seria mais economicamente viável. Desta forma, os resíduos recolhidos poderiam ser usados como material de compostagem nas hortas comunitárias da cidade em vez de serem levadas para vazadouros ou abandonados nas proximidades do local de recolha. E os níveis de caudal também não seriam um problema.

Como esta solução existem outras. O que é de espantar é a inercia do Executivo Municipal em procurar outras soluções preferindo o comodismo silencioso.

Há que mudar esta situação!

António Carneiro – CH Almeirim