Nos dias 17 e 18 de novembro, em Setúbal, Os Verdes realizaram a Convenção, sob o lema “Basta de destruição, com Os Verdes ecologia em ação”, na qual participei, como dirigente ecologista mas também como eleita local em Almeirim, na lista da CDU, com uma intervenção de análise política sobre a ação ecologista no nosso concelho.
Reconhecendo que no distrito de Santarém são vários os cursos ribeirinhos que enfrentam problemas de poluição, não podia deixar de dar o triste exemplo da Vala Real em Almeirim.
A existência permanente de espécies invasoras e infestantes, como são exemplo as extensas manchas de jacintos-de-água, têm várias origens, mas acima de tudo são um sinal de elevadas cargas orgânicas nos leitos das ribeiras e rios. O crescimento desmesurado destas infestantes provocam a degradação ambiental dos leitos, a que se acresce também a invasão das margens por espécies que não protegem os combros, como é exemplo a cana-do-reino, prejudicando as galerias ripícolas.
A atenção da CDU em Almeirim sobre esta situação tem longa história, com perguntas às entidades públicas responsáveis pela qualidade ambiental destes cursos de água, com caminhadas ao longo da Vala Real na presença da deputada ecologista Mariana Silva e várias pessoas do nosso concelho, recomendações na Assembleia Municipal e mais recentemente com a presença dos candidatos da CDU, Bernardino Soares, o ecologista Francisco Madeira Lopes e eu própria, numa ação junto da Vala Real, onde verificámos o estado calamitoso em que se encontra este curso de água.
Apesar do investimento feito pela autarquia num barco destinado à recolha destas invasoras, e do mesmo ter sido já usado na Ribeira de Muge na Raposa, o certo é que na Vala Real não tem passado da intenção e muito há a fazer. Foi por força da CDU, na AR, que foram disponibilizadas verbas em Orçamento de Estado para que as autarquias realizem operações de limpeza dos jacintos-de-água nos seus rios e ribeiras.
Defendemos a requalificação da Vala Real, a ser realizada de acordo com as normas de intervenção em zonas ribeirinhas definidas pelas entidades competentes, para garantir que o processo não prejudica o ecossistema natural, e no final possamos beneficiar do local, em termos ambientais, sociais e culturais.
Sónia Colaço – CDU Almeirim
