É inevitável. Temos mesmo de falar da pandemia que assola o mundo e que promete não deixar nada como dantes. A vida pós covid-19 terá forçosamente de ser diferente. A pandemia, porque está a afetar todas as nações, irá obrigar a humanidade a refletir sobre o caminho a seguir no futuro. Questionar-se-á se os valores que têm imperado até agora – individualismo e desumanização, materialismo e enriquecimento exacerbado, o culto da imagem e do fútil – não terão de ser revistos e revertidos em atitudes e políticas mundiais mais humanistas, igualitárias e solidárias, porque, afinal, este inimigo que ataca todos, veio expor a superficialidade do mundo em que vivemos.
Não importa procurar os “culpados” da infeção – porque talvez a culpa seja civilizacional – mas a sua propagação desenfreada é culpa de todos aqueles que, por absoluta irresponsabilidade e ausência de qualquer ponta de civismo, persistem em comportamentos que põem em risco a sua vida e a dos outros. Crimes destes têm de ser severamente reprimidos.
Os verdadeiros heróis desta guerra são os profissionais de saúde que, exaustos e muitos já contaminados, não desistem de salvar pessoas. A existência do nosso Serviço Nacional de Saúde, mesmo com lacunas, garante-nos que absolutamente ninguém ficará por tratar, ao contrário de alguns países ditos mais desenvolvidos. O nosso SNS é um bem que todos, agora mais que nunca, devemos apoiar, proteger e desenvolver.
Por Gustavo Costa