Há acontecimentos na História da Humanidade que não podem ser
esquecidos e cuja memória tem de ser defendida contra as tentativas de
apagamento e adulteração, como é o Dia Internacional em Memória das
Vítimas do Holocausto, celebrado a 27 de janeiro. Em 2021 completam-se 76 anos da libertação do campo de concentração e extermínio nazi
de Auschwitz-Birkenau pelas tropas soviéticas, local onde foram assassinados – câmaras de gás, fome e doença, fuzilamentos e tortura – mais de um milhão e cem mil seres humanos.
“(…) uma crise que a pandemia torna mais evidente, ressurge a ameaça do fascismo (…)”
O regime nazi instalou-se e ascendeu à medida que foi apregoando o ódio,
o medo e a repulsa pela diferença, criando falsos inimigos do povo alemão
e culpando-os pela crise existente.
Comunistas, socialistas, judeus, ciganos, deficientes, homossexuais e
mulheres eram “gente de mal” e responsáveis por todos os problemas. No
entanto, as “gentes de bem”, de olhos e pele clara, simbolizavam a sociedade da ordem e dos valores da família, mesmo que tais valores fossem impostos à custa de vidas humanas.
Num tempo marcado por incertezas, sustentadas pela própria natureza do
capitalismo e pelo aprofundamento de uma crise que a pandemia torna mais evidente, ressurge a ameaça do fascismo.
Os resultados em Almeirim dos candidatos apoiados pelos partidos da
direita e da extrema-direita podem preocupar-nos, mas dão-nos força
para continuar a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia.
“Se puderes olhar, vê. Se podes ver, repara” (José Saramago)
Sónia Colaço
CDU Almeirim
Artigo de opinião publicado na edição impressa de 1 de fevereiro de 2021