FOLCLORE Carlos Braz e Pedro Sampaio, membros do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almeirim, contaram como é a sua jornada no folclore e as dificuldades que a pandemia da Covid-19 trouxe para o Rancho.
Há quanto tempo pertencem ao Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almeirim?
Carlos Braz (C.B): Pertenço ao Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almeirim, desde 1988, ou seja, há 33 anos. Embora tenha começado a minha jornada folclórica em 1974.
Pedro Sampaio (P.S): Pertenço ao Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almeirim desde 1991, há 30 anos. Mas desde criança, comecei no Rancho Infantil.
Como é que se tornaram membros do Rancho e porquê?
C.B: Eu comecei com quatro anos, no Rancho infantil de Fazendas de Almeirim, passei para o adulto com 13 anos, incentivado pelo meu pai que foi um dos fundadores (Manuel Pinto Braz). Posteriormente, na adolescência e porque a namorada era de Almeirim e pertencia ao Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almeirim, mudei para lá, até
aos dias de hoje do qual tenho muito orgulho.
P.S: Tornei-me elemento do grupo, porque sempre gostei muito e gosto do
Folclore. Comecei desde criança e nunca pensei em abandonar, aliás sempre incentivei os meus irmãos e também o meu filho a dar continuidade da nossa família, nesta família que é o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almeirim.
Como chegaram a Presidente e Ensaiador do Rancho?
C.B: Cheguei a Presidente do grupo, após a demissão do até então presidente, que continua a ser elemento deste grupo. Como já fazia parte da antiga direção há vários anos e incentivado pela maioria dos elementos, resolvemos então, formar uma nova direção, da qual fiquei como presidente.
P.S: Cheguei a ensaiador do grupo, por ser elemento com muitos anos de experiência e por incentivo de alguns elementos, que diziam que eu tinha jeito para o cargo. Além de ensaiador, sou também vice-presidente do grupo.
Por conta da pandemia, não puderam reunir-se para os ensaios. Que aspetos negativos é que essa decisão, embora boa para as pessoas, trouxe para o Rancho Folclórico?
C.B: Por conta desta pandemia e, apesar de sabermos que é essencial à não
propagação do vírus, não nos podemos reunir para os ensaios e faz-nos falta o convívio tão alegre e saudável que tínhamos nos nossos encontros semanais. Porque além de sermos elementos de um grupo, somos também uma grande família.
Estou também muito preocupado, principalmente, em relação à nossa Escola de Folclore, pois as nossas crianças, sobretudo os mais pequeninos, precisam de ensaiar todas as semanas. Quando me encontram na rua, estão-me sempre a perguntar quando podem voltar, tais são as saudades, que eles e todos nós temos!
Apesar da pandemia da Covid-19, ainda tiveram alguma atuação online ou ficaram mesmo sem quaisquer atuações?
P.S: Pois, ficamos sem qualquer tipo de atuações. É uma pena, mas a cultura, infelizmente saiu bastante prejudicada com toda esta situação.
Em 2020, o Rancho viu as atuações canceladas. 2021 começou com um
novo confinamento e novas medidas de combate à Covid-19. Na vossa opinião, acreditam que este ano vai haver festivais ou vai voltar a ser tudo adiado para o próximo ano?
C.B: Na nossa opinião, este ano o mais certo é continuarmos sem ensaios e
atuações. Infelizmente, não acreditamos que até ao final de 2021, esta pandemia esteja controlada.
Na vossa opinião, porque é que o folclore é importante nos tempos atuais?
P.S: O folclore, na nossa opinião, é muito importante, nos tempos atuais,
pois cada vez é mais importante divulgarmos e incentivarmos os jovens e
não só, a mostrar e preservar as nossas tradições, é primordial ter conhecimento e mantermos vivas as memórias das nossas origens.
Que mensagem pretendem transmitir à população do concelho em relação à Covid-19?
C.B: A mensagem que podemos à população do concelho de Almeirim, é
para respeitarem as regras impostas pelo Governo e Direção Geral de Saúde.
Protejam-se a si mesmo e ao próximo, só assim será controlada esta pandemia, para podermos voltar ao antigo e saudoso normal.
Mariana Cortez