Estamos num ponto em que o sentimento de muitos é de uma total injustiça, alienamento e falta de moral,
para com uma grande parte da sociedade. A falta de decência e respeito, que vemos por parte de um punhado
de usurpadores, que usaram, usam e têm a pretensão de usarem a política para o seu, e dos seus, único e exclusivo “bem”, atingiu um ponto perigosamente crítico.
Provavelmente não será só problema dos últimos, cerca de 40 anos, mas a forma de conluio que temos nas estruturas governativas e associativas, e entre elas, do nosso país (não é exclusivo nosso), que deverá ser de extrema preocupação para todos nós.
“(…) é triste observar que o maior culpado não é nenhum destes, ou daqueles que de uma forma ou outra tentaram demonstrar que há outro caminho (…)“
Pois as nossas liberdades mais básicas estão em causa! Não se pode ter uma opinião diferente de quem governa ou gere a coisa pública, pois coloca logo em causa qualquer necessidade do cidadão. Não tenham qualquer dúvida, pois hoje, o simples facto de um governante, seja de que nível governativo for, reparar uma estrada, é logo enaltecido pelos seus dependentes, “amigos” e pretendentes e, mesmo que esta esteja há décadas por fazer. Ato esse que é pago pelos nossos impostos, numa função que é suposto fazer e para o qual foram eleitos, por alguns poucos.
Depois temos as associações, dos mais variados espectros, que logo à sua criação, já estão a pensar que o autarca
ou governante “amigo”, vai ajudar, e que a infraestrutura “tal” poderá ser usada, etc. Por fim, é triste observar
que o maior culpado não é nenhum destes, ou daqueles que de uma forma ou de outra tentam demonstrar que há
outro caminho, mas sim daqueles que por opção, não vão votar! Permitindo assim que a política tenha sido tomada
de assalto por medíocres, que num mercado de trabalho, onde realmente a meritocracia funcione, só seriam simples “colaboradores”, como gostam agora de chamar.
João Vinagre
CDS Almeirim
Artigo de opinião publicado na edição impressa de 15 de abril de 2021