Hungria, Itália, Argentina… agora os Países Baixos. A extrema-direita vai avançando pelo mundo cavalgando discursos populistas e ocos que entram facilmente em massas desprovidas de qualquer sentido crítico e suficientemente preguiçosas para exercícios mentais mais profundos, preferindo o pronto a servir das soluções simples, radicais, absolutas e salvadoras. Aceitam-nas com enorme ligeireza que só tem, ou terá, valor comparativo com a desilusão subsequente, quando se aperceberem do engano.
Trump e os seus ideólogos são os mentores, a universidade onde se formam todos os novos candidatos a ditadores no mundo. Bolsonaro, Orbán, Salvini e Meloni, Geert Wilders, e também o melífluo Milei, são alunos. Por cá, na ibérica península, Abascal e Ventura estão em bicos de pés, expectantes.
Mas também no outro extremo, “paraísos” de justiça e igualdade como o são a China, a Rússia, a Coreia do Norte, a Venezuela… ambicionam hegemonias totalitárias para além das suas fronteiras.
Como a nova realidade social universal assenta no facilitismo da comunicação e no desprezo pela verdade, os novos vendedores da banha da cobra propagam, com estridência, as virtudes do seu remédio. Os incautos consomem, mas os posteriores distúrbios corporais irão afetar-nos a todos.
Na tendência atual da evolução política, só partidos e dirigentes com capacidade de diálogo com todas as forças democráticas (do centro, da direita e da esquerda), poderão conduzir a sociedade no caminho do desenvolvimento, da equidade e da paz social. Todos os outros projetos estarão, mais cedo ou mais tarde, condenados. Quem se deixar abraçar pelos extremos será, por estes, trucidado.
Gustavo Costa – PS Almeirim